A porta principal do hotel de cinco estrelas, localizado junto ao Casino e à Marina de Vilamoura, foi também bloqueada com três camiões da empresa FDO Construções, um deles com uma grua, e algumas viaturas de hóspedes foram impedidas de sair do empreendimento turístico, constatou a Lusa no local.
Alguns militares da GNR, com viaturas e um carro de reboque, estão junto do Crowne Plazza a acompanhar a situação do “diferendo do foro civil” e para “intervir se houver necessidade”, explicou à agência Lusa, um dos responsável da GNR no Algarve.
"As condições de segurança não estão asseguradas, nem a integridade física dos funcionários e dos hóspedes porque as obras de requalificação do hotel – antigo Hotel Atlantis de Vilamoura, e mais tarde Vilamoura Beach Hotel – ainda estão a decorrer em três pisos, no menos um, no piso um, e no piso 11", declarou à Lusa, António Veloso, administrador da empresa FDO Construções.
Segundo António Veloso a obra foi consignada a 02 de março e o prazo do final da obra é 15 de setembro, e por essa razão as obras ainda não foram vistoriadas, nem o hotel recebeu licenciamento para abrir ao público.
"O hotel não devia estar com hóspedes, estamos aqui para alertar as pessoas do perigo de abrir um hotel sem licença e para avisar que não nos podemos responsabilizar se houver algum problema", acrescentou.
O diretor do hotel, por seu turno, explicou à Lusa que a empresa construtora tem vindo a atrasar as obras, facto que tem provocado "prejuízos enormes" aos proprietários do empreendimento que pertence ao grupo Marope.
“Há atrasos tremendos das obras. Os atrasos prejudicaram enormemente a abertura do hotel”, afirmou Vítor Nunes, frisando, no entanto, que as administrações do hotel e da empresa construtora têm “estado em diálogo para resolver os diferendos” e estão “disponíveis para os solucionar nas instâncias próprias”.
“Queremos resolver os problemas, mas não desta forma”, acrescentou.
Orquídea Silva, uma das hóspedes que está há oito dias no Crowne Plazza Hotel e cuja viatura foi bloqueada pelos camiões da empresa construtora, contou à Lusa que o diretor do hotel já veio apresentar “desculpas e o desagrado pela situação”, e garante que não vai interromper as férias no hotel para onde vem há 30 anos, desde os tempos do Atlantis.
Francisco Silva, um outro hóspede do Crowne Plazza, que pagou 2700 euros para passar 15 dias de férias, disse à Lusa que aquele aparato todo à porta da unidade turística estará relacionado com o facto do “hotel ter dívidas para com a construtora”, mas garante que não vai pedir o reembolso do dinheiro, nem coloca, para já, a hipótese de sair do hotel.
Também um outro hóspede, que preferiu o anonimato, referiu que a solução não passará por sair do hotel, até porque já pagou cinco mil euros para passar nove dias de férias com a família naquele empreendimento junto da marina de Vilamoura.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***