O caso “Hotel Crowne Plaza” começou a 10 de agosto depois de a administração daquele hotel de cinco estrelas ser acusada pela empresa FDO Construções de ter aberto este verão ao público sem as obras de requalificação estarem licenciadas e vistoriadas.
O Turismo de Portugal, através da sociedade gestora Turismo Capital (TC), tem participações na Marope Algarve, grupo proprietário do hotel Crowne Plaza Vilamoura, mas aquele organismo refuta qualquer de conflito de interesses sobre a não suspensão da actividade da unidade hoteleira, recordando que o alvará está válido.
“Não há conflito de interesses (…), as competências que dizem respeito à classificação ou à verificação do funcionamento dos empreendimentos estão completamente separadas da componente de investimento”, disse hoje à Lusa fonte do Turismo de Portugal, tutelado pelo Ministério da Economia.
O grupo Marope interpôs, entretanto, uma providência cautelar contra a Câmara de Loulé a contestar a deliberação da ordem de encerramento do hotel a 12 de agosto, mas o Tribunal de Loulé não aceitou a providência cautelar.
O Turismo de Portugal acrescenta que a componente de investimento é “da competência de um vogal do Conselho Diretivo” e que a componente de classificação de oferta é da competência de outro vogal e que, por serem pessoas diferentes a tratar dois assuntos, “não há qualquer conflito de interesses”.
A TC, participada pelo Turismo de Portugal em 60%, pelo BPI em 25% e pelo BES em 15%, é uma sociedade gestora de fundos de capital de risco, que tem como missão “fortalecer as políticas públicas e a competitividade do turismo nacional”, lê-se no sítio da Internet daquela sociedade.
Em entrevista à lusa, o administrador delegado da TC, Rui Valente, adiantou que o montante investido na Marope “ascende a seis milhões de euros”, distribuídos entre capital e prestações acessórias – equivalendo a uma participação de 30% no capital social da empresa.
“Com este contributo foi possível requalificar e modernizar um hotel situado em primeira linha de mar numa das mais importantes e prestigiadas localizações turísticas do Algarve. Este investimento em particular inseriu-se no âmbito das orientações estratégicas para os anos de 2009 e 2010, que definiram como prioridade a requalificação dos destinos turísticos, com destaque para o Algarve”, acrescentou.
Mário Vasco Pereira, do grupo Marope, testemunha no sítio da Internet da TC que aquela sociedade apoia os seus investimentos “quer na vertente do investimento, quer no acompanhamento personalizado” e manifesta “gratidão” a todos os que em “nome da Turismo Capital, têm acompanhado o percurso”.
A TC é também sócia da João Lagos Sport, Vila Galé Coimbra ou Hotel Infante Sagres do grupo Lágrimas.
Lusa