O presidente do Turismo do Algarve advertiu na sexta-feira que a distribuição de mensagens nos aeroportos pelo Sindicato Nacional de Polícia (SINAPOL) sobre a segurança interna podem pôr em causa a retoma da atividade turística.
Desidério Silva apelou ao SINAPOL para que “não prejudique a imagem do Algarve e o Turismo com a distribuição nos aeroportos de milhares de mensagens sobre a segurança interna do país”, num período em que o setor “já apresenta indicadores positivos”.
“Apesar da difícil situação financeira nacional e do enorme esforço exigido aos portugueses nos últimos anos, não deverá ser posta em causa pelo SINAPOL a recuperação do país e do Turismo, que é tido como o motor da nossa economia, particularmente no Algarve”, defendeu Desidério Silva num comunicado do organismo a que preside.
O presidente do Turismo do Algarve teme o “efeito devastador” deste tipo de ações, que disse poder “destruir anos de trabalho e investimento na imagem de Portugal e na marca Algarve enquanto um dos destinos turísticos mais seguros do mundo”, e considerou que uma má imagem em termos de segurança interna teria “repercussões incalculáveis para a economia da região”.
“A comissão executiva da Região de Turismo do Algarve enaltece e reconhece publicamente o empenho dos diversos serviços e forças de segurança do Algarve, mas apela ao bom senso dos agentes da autoridade para que preservem os superiores interesses da região através do diálogo e da concertação”, afirmou.
Em causa está uma ação de protesto do SINAPOL contra os cortes orçamentais, através da entrega de panfletos no aeroporto internacional da Madeira, realizada na quarta-feira e que o presidente do Turismo do Algarve disse à agência Lusa ter a informação de que também poderia ser realizada nos aeroportos de Lisboa e de Faro.
“Em Faro ainda não se realizou, mas temos informação de que poderá realizar-se uma ação idêntica e esta tomada de posição do Turismo do Algarve pretende ser de alguma forma preventiva, porque os danos nesta fase de recuperação da atividade turística seriam grandes”, justificou Desidério Silva.
Na ação realizada no Funchal, o presidente do secretariado regional da Madeira do SINAPOL, Luís Costa, disse à Lusa que os panfletos iriam “dar a conhecer a situação em que a polícia se encontra, as dificuldades que as famílias policiais e os elementos estão a passar e também o descontentamento e desmotivação que existe no seio da família policial”.