O sacerdote madeirense, de 64 anos, agora prior de Cacela, era pároco do Livramento, na Diocese de Angra (Açores) e director do Centro de Espiritualidade do Coração de Jesus na mesma diocese.

D. Manuel Quintas deu graças pelos cinco anos de serviço do padre Leandro Garcês naquela paróquia, ele que agora vai ser reitor do Seminário dos Sacerdotes do Coração de Jesus na Madeira, e manifestou ser “com o coração aberto e disponível” que a paróquia e a diocese acolhem o seu sucessor. “Devemos aceitar isto com um sentido de universalidade e com uma fé aberta”, frisou, explicando que o pároco não toma posse do edifício da igreja, mas das pessoas, da comunidade.

Após a leitura da provisão da nomeação do novo pároco, da sua profissão de fé e juramento de fidelidade a Cristo e à Igreja, da entrega simbólica das chaves da igreja e da assinatura do auto da tomada de posse, D. Manuel Quintas, com base na provisão de nomeação, lembrou na homilia que o pároco é um “especial colaborador do bispo”. “É por isso que é o bispo que nomeia o pároco e esta nomeação e a tomada de posse exprime a comunhão que deve caracterizar uma diocese”, afirmou.

Justificando a sua presença nas tomadas de posse de párocos, explicou que esta “exprime que está ao lado do pároco em todas as situações e circunstâncias para desempenhar bem este ministério, assegura-lhe confiança, exprime-lhe proximidade, amizade e fraternidade e quer garantir aos fiéis da paróquia que o pároco que ele envia não vai ficar sozinho”. “E se a missão do pároco é ajudar-vos a crescer na fé, ser sinal da presença de Deus e todos os seus gestos e atitudes devem ser sinal desse amor com que Deus nos amou, a minha presença que ser também um estímulo para que ele possa exercer e assumir esse serviço como o primeiro da sua acção pastoral”, complementou, exortando os paroquianos à missão de acolher o novo prior.

Lembrando que a “primeira missão do pároco” é igualmente “anunciar o Evangelho, falar de Deus”, recordou que o sacramento da Ordem é serviço e apelou à corresponsabilidade dos leigos na Igreja. “Não deveis considerar que, quem recebe o sacramento da Ordem, tem diante de Deus uma dignidade maior do que aqueles que são baptizados. A dignidade vem-nos do Baptismo e não dos outros sacramentos”, justificou.

O prelado lembrou a importância da Eucaristia na vida do padre e dos fiéis, como o “coração da comunidade”, assim como do sacramento da Reconciliação e da caridade pastoral.

O Bispo diocesano valorizou ainda o dinamismo do padre Leandro Garcês no reavivamento da fé adormecida dos cristãos de Cacela e na criação de novos espaços e realização de obras possíveis através da generosidade dos fiéis.

Do padre Agostinho Pinto, que foi também por si nomeado vigário paroquial do Azinhal, de Castro Marim, de Monte Gordo e de Vila Real de Santo António, disse conhecer a sua “generosidade, dinamismo e capacidade de trabalho” e exortou ao seu acolhimento na fé como “aquele de quem Deus se vai servir para ajudar a crescer nessa mesma fé”.

Depois da homilia, seguiu-se o renovamento das promessas sacerdotais do novo pároco e, depois de se sentar na cátedra presidencial, a visita a alguns dos mais significativos lugares, na igreja, para o exercício do ministério do novo pároco: o sacrário, o confessionário e a pia baptismal.

No final da Eucaristia, os paroquianos manifestaram o seu agradecimento ao padre Leandro Garcês, pediram ao novo pároco que os ajude a crescer, apresentando-lhe a sua disponibilidade, e agraciaram os dois sacerdotes com lembranças da comunidade. O novo prior prometeu ir ao encontro das orientações pastorais da Diocese do Algarve e do Projecto Apostólico da província dos Sacerdotes do Coração de Jesus e apresentou o seu modo de fazer pastoral como uma “caminhada de mãos dadas” com Cristo, com o Bispo e restantes membros dos presbitério e com todos os cristãos, homens e mulheres de boa vontade. Comprometeu-se a dar continuidade ao trabalho pastoral dos seus antecessores e disse que dará prioridade à oração e à evangelização, prometendo “obediência e reverência” ao Bispo e “colaboração e solidariedade” aos colegas.

O padre Leandro Garcês agradeceu o acolhimento e amizade dos antigos paroquianos e do Bispo e apelou à comunidade a que acolha o novo pároco com o mesmo carinho que lhe dedicaram. “Tendes muitos desafios. Não os deixeis cair”, pediu ainda.

D. Manuel Quintas agradeceu à paróquia pelo “testemunho de Igreja” na hora de substituição do seu prior, comportamento que disse ser “sinal de maturidade na fé”.

Samuel Mendonça