Organizado pelo município de Vila do Bispo, em parceria com a Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve (Almargem), Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Turismo do Algarve e Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), o evento visa dar a conhecer as potencialidades ambientais de uma zona que tem uma presença regular de cerca de 300 espécies de aves ao longo do ano.

“Sagres é um dos principais corredores migratórios de aves de rapina, razão pela qual é um ponto importante e o escolhido para a realização deste festival”, explicou à Lusa João Ministro, da associação Almargem.

“Até novembro, as aves confluem para aquela zona antes da travessia para África, o que torna possível, durante um dia observar centenas de aves de várias espécies, algumas das quais de certa raridade”, observou aquele responsável da associação ambientalista.

Segundo João Ministro, a Península de Sagres, no Algarve, é uma das regiões em Portugal Continental que reúne “as melhores condições para o fomento do ‘birdwatching´, devido à grande diversidade de habitats”, e destaca que a observação de aves tem vindo “a emergir como um produto estratégico para os próximos anos”.

“O birdwatching é um dos produtos integrados no conceito de turismo de natureza, estimando-se que, somente, no Reino Unido, sejam mais de quatro milhões os praticantes desta actividade”, destacou João Ministro.

Integrado no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), o local escolhido para a o 1.º Festival Internacional de Birdwatching, alberga espécies únicas na região e é palco de um fenómeno natural único em Portugal – a migração outonal de aves planadoras.

João Ministro acrescenta que, entre agosto e novembro, Sagres “é o principal corredor migratório do país para abutres, gaviões, falcões, aguia-calçada, a águia-cobreira, o grifo pela sua abundância, a cegonha-preta, o abutre-do-egipto, a águia-imperial e o abutre-negro”.

Durante os três dias do evento, estão agendados passeios de barco, saídas de campo, curso de identificação de aves de rapina, corrida fotográfica, anilhagem de aves, palestras e contactos com operadores turísticos, que visam, segundo a organização, estimular este segmento turístico na região.

Segundo os organizadores, o futuro do turismo do Algarve passa pela diversificação dos produtos, nos quais a Natureza está a afirmar-se como um dos mais importantes, sendo a Costa Vicentina, e em particular a Península de Sagres, “um verdadeiro tesouro que pode e deve ser explorado, sempre numa óptica de sustentabilidade e responsabilidade”.

Lusa