Projeto_centro_comercial_grupo_apoloniaA Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve anunciou que além do IKEA, a freguesia de Almancil tem outro projeto de centro comercial, cujo estudo de impacte ambiental está em consulta pública até 02 de junho.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Loulé, Vitor Aleixo (PS), mostrou-se apreensivo com a grande procura do concelho para a construção de centros comerciais e explicou que o projeto deu entrada nos serviços daquela autarquia em 2007, estando a seguir os trâmites legais.

Designado “Alma Plaza Lifestyle Center”, o projeto é da responsabilidade do grupo Apolónia que já tem uma superfície comercial a cerca de 500 metros dos terrenos onde o grupo pretende construir o novo complexo comercial que incluirá salas de cinema, áreas dedicadas ao desporto e ao lazer, uma clínica médica, um espaço de saúde, espaços de restauração, lojas para vestuário, calçado, ourivesarias e lojas para produtos regionais.

Os promotores preveem gastar 49 milhões de euros na construção daquele centro comercial que afirmam ser de “valor muito relevante que se traduz na indução de efeitos multiplicadores na economia regional e local, e num impacte positivo na socioeconomia”.

Vitor Aleixo disse à Lusa que os anteriores executivos municipais de Loulé já tinham dado andamento a vários processos relativos à construção de grandes superfícies no concelho e que atualmente a autarquia continua a receber mais propostas.

“Loulé é um concelho muito procurado por esses conceitos comerciais de grande dimensão”, afirmou, acrescentando que não acredita que o concelho tenha “capacidade para receber tantos centros comerciais de tão grande dimensão como aqueles que se propõem”.

Os projetos do IKEA e do Alma Plaza Lifestyle Center ficam a poucos quilómetros de distância, uma situação que o autarca não comentou, limitando-se a dizer que “os investidores sabem quando, onde e como devem investir”.

“A mim, enquanto autarca não me compete tecer juízos de valor sobre aquele que é uma decisão do mundo empresarial, cabe-me zelar pelo interesse público”, concluiu.

No resumo não técnico, que se pode consultar no portal eletrónico da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, o grupo explica que uma vez recebidas as autorizações oficiais pretende construir o complexo em 17 meses, ocasião em que o supermercado do grupo será deslocado para a nova área comercial.

Durante o período de edificação do complexo os promotores estimam criar cem postos de trabalho diretos e 250 postos de trabalho indiretos, enquanto no período de funcionamento total do espaço as estimativas apontam para a criação de 505 postos de trabalho diretos e cerca de 210 empregos indiretos.

“O projeto do conjunto comercial propriamente dito ocupará uma área de 5,5 hectares sendo a área de implantação do edifício de 2,2 hectares”, explicam os responsáveis no resumo não técnico.

Os promotores defendem que se trata de uma área comercial concebida com base num novo conceito e localizada numa área estratégica que permite serviços aos clientes do chamado “Triângulo Dourado”, ou seja, turistas e residentes das zonas de Almancil, Vilamoura, Vale do Lobo e Quinta do Lago.

Com esta localização e com o projeto agora em fase de consulta pública os cálculos de rendimento anual apontam para a fasquia dos 2,3 milhões de euros.

De acordo com os documentos apresentados na consulta pública, os maiores constrangimentos resultantes da aprovação do projeto serão a retirada de 93 dos 176 sobreiros existentes nos terrenos em causa, situação que propõem colmatar com a plantação de sobreiros e azinheiros em terrenos privados, ao longo de 13,2 hectares localizados no concelho de Alcoutim.