Segundo Fernando Curto, o objectivo é retomar a discussão em torno da criação da nova força – que resulta da fusão dos Bombeiros Voluntários e Municipais -, o que, diz, deveria ter acontecido antes da sua formalização.
O processo tem sido polémico e criticado pela associação e sindicato dos Bombeiros Profissionais (ANBP e SNBP), que se queixam de agora a corporação municipal passar a ser chefiada pelo antigo dirigente dos Bombeiros Voluntários, entre outros aspectos.
Segundo Fernando Curto, até ao final do ano deverá estar concluída a ronda de audiências com diversos organismos ligados ao processo para em Janeiro se poder avançar com uma eventual providência cautelar.
De acordo com aquele responsável, a associação que dirige não está contra a fusão de ambas as corporações, mas antes contra o facto do processo ter sido conduzido de forma “precipitada” sem terem sido ouvidos os intervenientes.
Fernando Curto falou aos jornalistas à margem da primeira sessão ordinária da Assembleia Municipal (AM) de Faro, que se prolongou até à madrugada de ontem e na qual estiveram presentes cerca de trinta elementos da associação que lidera.
No início da sessão, vários membros da Assembleia Municipal aproveitaram para questionar a legitimidade da nova força, cuja criação dizem que devia ter sido submetida a votação naquele órgão, conforme previsto na lei.
No final da sessão foi aprovada a proposta de alteração ao Regulamento Interno dos Serviços Municipais da Câmara de Faro – com 15 votos a favor e 14 contra -, que prevê a criação de um quadro de comando para os Bombeiros Municipais.
Segundo Fernando Curto, a criação da FOCON foi uma “manobra esquisita” que “alguém vai ter que esclarecer”, já que não foi consultada previamente a Assembleia Municipal de Faro e outros órgãos ligados aos bombeiros.
Manifestação
A ANBP vai ainda organizar uma concentração nacional em Faro como forma de manifestar solidariedade com a situação gerada pela criação de uma nova força operacional no concelho.
De acordo com Fernando Curto, a concentração deverá reunir entre 300 a 500 elementos dos bombeiros profissionais de todos o país e deverá ser seguida de um desfile, em data a designar.
Aqueles organismos alegam que a nova estrutura é ilegal e queixam-se do facto de agora a corporação municipal passar a ser chefiada pelo antigo dirigente dos Bombeiros Voluntários, entre outros aspectos.
“Estamos a ser enganados”, disse Fernando Curto, acrescentando que o que está a ser feito é “ilegal” e contribui para uma maior instabilidade entre os profissionais e uma “pior prestação de socorro em Faro”.
De acordo com aquele responsável, outra das medidas que está a ser ponderada é a realização de uma vigília na noite da Consoada frente à porta de casa do presidente da Câmara de Faro.
Fernando Curto adiantou ainda que está a ser preparado um folheto para distribuir pelas casas dos munícipes de Faro com informação relativa ao processo como foi criada a FOCON.