Para além dos 75 anos do cónego monsenhor Sezinando Rosa, dos 50 anos do frei José Maciel e dos 25 anos do cónego Gilberto Soares Santos, a Diocese do Algarve celebrou ainda um outro jubileu de ordenação sacerdotal no passado ano pastoral de 2009-2010: os 50 anos de ordenação sacerdotal do cónego José Rosa Simão.
Natural de Quarteira, o cónego José Rosa Simão, de 74 anos, o mais novo de quatro irmãos, entrou para o Seminário de Faro em Outubro de 1948. O prior de Albufeira reconhece que foi influenciado pelo exemplo do seu pároco da infância e de outros sacerdotes, assim como pela sua catequista e testemunha que teve o apoio dos seus pais.
Depois de ordenado a 14 de Agosto de 1960 na Sé de Faro por D. Francisco Rendeiro, então Bispo do Algarve, o cónego Rosa Simão foi durante um mês para Raposeira, Sagres e Vila do Bispo substituir o pároco local que estava doente.
Em Outubro de 1960 foi nomeado coadjutor do pároco de São Sebastião de Lagos que acumulou com a paróquia de Santa Maria da mesma cidade e com Luz de Lagos, Barão de São Miguel, Barão de São João e Bensafrim.
Dois anos depois regressou ao Seminário de Faro como membro da equipa formadora e, de 1966 a 1968, chegou a ser vice-reitor da instituição numa altura em que a mesma chegou a acolher cerca de 120 seminaristas de todo o país.
Em 1968 saiu do Seminário diocesano para entrar em Outubro na paróquia de Albufeira onde permanece até hoje. O sacerdote lembra que Albufeira era na altura “uma vila pequenina encantadora que se desenvolvia à volta das igrejas matriz, de São Sebastião, de Santa Ana e da Misericórdia”. “Mais tarde cresceu e foi necessário criar espaços novos. Os serviços civis saíram todos daqui e só não saiu a paróquia porque eu não podia levar a igreja às costas para outro lado mas procurei criar a Igreja nos vários lugares das paróquias, particularmente nas Ferreiras onde trabalhei muito durante muitos anos, assim como nas Fontainhas, nas Sesmarias, nos Olhos d’Àgua, na Patã de Baixo, e na Branqueira”, refere o cónego Rosa Simão.
Ao olhar para trás, o presbítero constata que estes 50 anos de sacerdócio “foi um tempo da graça do Senhor com muitos dons, com coisas lindas e outras menos lindas”. Entre as “recordações maravilhosas” que diz ter, enumera as reuniões com almoço dos padres da vigararia que decorria quase todas as semanas. Relembra também os encontros vicariais, as “imensas actividades na paróquia” realizadas ao longo dos anos e o restauro de todas as igrejas da paróquia. “O que mais me alegra é a celebração da Eucaristia, o perdão dos pecados, o visitar dos doentes, o estar com as pessoas. Esta é simultaneamente a minha maior tristeza porque não tenho capacidade para estar mais com as pessoas”, acrescenta.
Ao longo destes 50 anos, para além das funções já enumeradas, foi ainda assistente diocesano da Acção Católica na LICF – Liga Independente Católica Feminina, membro do Secretariado Diocesano da Pastoral do Turismo, vigário da vara da vigararia de Albufeira, membro do Conselho Presbiteral e é actualmente membro do Cabido Catedralício da Sé de Faro.
O futuro é encarado com prudência sobretudo por razões de saúde. “O coração já me deu fortes sinais e devo respeitá-lo”, confessa o pároco jubilado, responsável também pela criação do Museu de Arte Sacra da paróquia de Albufeira, em 1985, admitindo que “gostava de dar mais à diocese”.
Hoje, dia 27 de Outubro, a Câmara de Albufeira homenageará o cónego Rosa Simão no salão nobre da autarquia numa sessão com início pelas 16h que servirá ainda para a cedência de um terreno na Correeira para construção do futuro Centro Paroquial e da igreja de Montechoro. Às 18h horas será celebrada a Eucaristia de acção de graças na igreja da matriz, seguindo-se um jantar de confraternização.
Samuel Mendonça