A mostra, inaugurada pelo Presidente da República, Cavaco Silva, no dia 9 de Junho deste ano, esteve patente ao público, de 10 de Junho a 12 de Setembro, ao longo da capela e de duas das salas superiores do Paço Episcopal de Faro.

Do total de visitantes, 1452 foram estrangeiros, quase o triplo dos portugueses que foram apenas 504. Entre os estrangeiros houve uma predominância para os franceses e ingleses, tendo havido ainda visitantes provenientes da Índia, Brasil, Ucrânia, Canadá, Itália, Holanda, Dinamarca, Alemanha, Espanha, Estados Unidos da América, Austrália, Suécia, Rússia, e Bélgica.

Junho foi o mês em que houve mais visitas (829) e foi simultaneamente o mês de maior número de entradas de estrangeiros na exposição (684). Já os portugueses visitaram a exposição em maior número no mês de Agosto (182).

O total de visitas por meses foi de 829 em Junho (145 portugueses e 684 estrangeiros), 399 em Julho (128 portugueses e 271 estrangeiros), 468 em Agosto (182 portugueses e 268 estrangeiros) e 260 em Setembro (49 portugueses e 211 estrangeiros).

Pela primeira vez o público pôde ver os originais de algumas das mais relevantes e curiosas fotografias dos chefes de Estado portugueses, numa iniciativa que teve como objectivo dar a conhecer e valorizar o acervo fotográfico do Museu da Presidência.

Num total de quase duas centenas de imagens, e cobrindo um período que se estende de meados do século XIX à actualidade, em plena zona histórica de Faro, mostraram-se fotografias de estúdio, retratos oficiais e fotos publicadas na imprensa, relativas a vários aspectos da vida pública e privada dos Presidentes da República.

O Museu da República Portuguesa sublinhou por isso que o seu “valioso contributo para a história da fotografia em Portugal, tendo servido de pretexto para se recensear, estudar e dar a conhecer o trabalho de mais de 70 fotógrafos e estúdios fotográficos, nacionais e estrangeiros”. Estiveram representados nomes como Alfred Fillon, João Francisco Camacho, Eugène Pirou, Joshua Benoliel, Arnaldo Garcez, Firmino Marques da Costa ou Beatriz Ferreira, já falecidos, ou Eduardo Gageiro e Alfredo Cunha ou do luso descendente Pete Souza, fotógrafo oficial de Barack Obama.

“Fotógrafos e Fotografia – Retrato de Presidentes” apresentou também extractos de entrevistas aos profissionais que, desde 1976, exerceram as funções de fotógrafos oficiais do Presidente da República, tendo por missão acompanhá-lo em todos os actos oficiais. Eduardo Gageiro, Luís Vasconcelos, Alfredo Cunha, Jorge Brilhante e Luís Filipe Catarino – fotógrafo oficial de Aníbal Cavaco Silva – reflectiram sobre os momentos mais relevantes dos seus percursos profissionais.

Tratando-se de uma exposição de fotografia centrada na figura dos Presidentes, complementada com registos audiovisuais das suas actividades e dos momentos mais significativos do seu mandato, o Museu da Presidência da República destacou à FOLHA DO DOMINGO que a iniciativa, realizada “no âmbito da sua estratégia de descentralização cultural”, “teve particular importância, sobretudo se considerada a ocasião e as parcerias que se estabeleceram” em torno da realização da exposição. “A feliz associação da Diocese do Algarve e da Câmara Municipal de Faro à iniciativa foram decisivas na assunção dos objectivos que haviam sido previamente estabelecidos, e no maior impacto junto do público e da comunicação social”, garantiu o director do Museu da Presidência da República à FOLHA DO DOMINGO.

Diogo Gaspar acrescenta que esta parceria “seguramente, abre portas a outras parcerias e novos projectos”. “O Algarve tem sido, desde que o Museu abriu em 2004, uma das regiões que maior interesse tem demonstrado pelas nossas actividades, tendo até à data beneficiado de um conjunto significativo de iniciativas de extensão cultural por nós promovidas, seja individualmente ou em parceria com outras entidades. Assim aconteceu mais do que uma vez em Tavira, Loulé, Faro, Lagos e Albufeira”, complementou.

Esta exposição adquiriu ainda um outro valor simbólico num ano em que comemorou o Centenário da República pelo facto de, há cem anos atrás, forças republicanas terem ocupado e instalado serviços do Ministério da Marinha precisamente naquele espaço do Paço Episcopal, devolvido à Igreja muitas décadas depois.

Na celebração do primeiro centenário destes acontecimentos, a República voltou ao Paço Episcopal de Faro, agora pacificamente, pela mão de um chefe de Estado filho do Algarve, sendo ali acolhida como sinal bem patente da reconciliação plena da Igreja algarvia com a República.

Samuel Mendonça