PetroferOs trabalhadores dos postos de combustível da Petrofer no Algarve decidiram hoje em plenário avançar para a suspensão dos contratos devido a salários em atraso e à falta de combustível para venda e de respostas da administração, disse a porta-voz.

Cátia Morais, da Comissão Sindical da Petrofer, referiu à agência Lusa que a nova administração ainda não deu respostas aos trabalhadores sobre os dois meses de salários em atraso, situação que afeta a maioria dos 54 funcionários dos seus 14 postos de abastecimento no Algarve, que “terão agora que dar à empresa um pré-aviso de oito dias” antes de avançar com a medida.

A 31 de outubro, Cátia Morais tinha dito à Lusa que os trabalhadores tinham um conjunto de problemas que pretendiam ver resolvidos, nos quais se incluía também a falta de combustível e de materiais para venda nos postos da empresa, que “foi vendida a 30 de setembro”.

“Estava prometida uma posição da empresa para dia 07 de novembro, mas isso não aconteceu, os trabalhadores já estão cansados que lhes digam que é hoje, é amanhã, é depois e a resposta nunca chega. Todos temos de comer, contas para pagar e esta situação é incomportável, por isso decidimos avançar para a suspensão dos contratos”, afirmou hoje a dirigente da Comissão sindical.

Cátia Morais precisou que esta suspensão “vai permitir que os trabalhadores recorram ao fundo de desemprego”.

Os trabalhadores estão desde o fim do plenário concentrados à porta da sede da empresa em Faro na “tentativa de pressionar a administração a dar uma resposta” e vão ao início da tarde decidir se permanecem no local em piquetes até terminar o horário de expediente.

“Estamos iguais ao que estávamos a 31 de outubro. Ainda não conseguimos falar com ninguém da nova administração e continuam a adiar consecutivamente esta situação, o que é lamentável”, criticou.

Cátia Morais recordou haver “algumas pessoas que, depois de o salário ter vencido, a 09 de novembro, já têm três meses em atraso”. Além disso, apontou, os postos “estão sem combustíveis, sem materiais nas lojas” e os funcionários “não têm nada para fazer”.

A agência Lusa tentou obter esclarecimentos da administração da empresa, com sede em Faro, mas tal não foi possível até ao momento.