
A Diocese do Algarve vive este ano pastoral de 2014/2015 dedicado à santidade, sob o lema “Chamados à Santidade”, e nesse contexto, o seu programa pastoral inspira-se no exemplo de alguns santos e propõe mesmo que se possa proporcionar o conhecimento da sua vida.
A Igreja algarvia inspira-se este ano, sobretudo, no exemplo dos “algarvios” São Vicente, padroeiro da diocese, São Gonçalo de Lagos e beato Vicente de Albufeira e pede, a nível paroquial, que se conheça a vida destes e também dos “mais próximos e conhecidos”: São João Paulo II, beatos Jacinta e Francisco Marto e beata Teresa de Calcutá, o padroeiro da própria paróquia e os que têm a sua imagem na igreja paroquial e o onomástico.

Procurando responder a esta proposta, as paróquias de Loulé puseram em prática uma iniciativa destinada à catequese paroquial que visa abordar a santidade “como algo concreto que acontece na vida das pessoas”. “Procurámos estabelecer santos ou beatos patronos para cada um dos anos da catequese (do 1º ao 11º) que tivessem uma idade próxima da dos catequizandos de cada ano, de modo a que eles conheçam e aprofundem a questão da santidade a partir de vidas concretas como algo que é possível acontecer nas nossas próprias vidas e não como algo abstrato que só acontece a alguns, uma espécie de «heróis» cristãos que ninguém consegue atingir”, explica ao Folha do Domingo o padre António de Freitas, um dos dois párocos da cidade, acrescentando que “o objetivo é também chegar às famílias na continuidade do ano pastoral anterior”.
Para além do patrono atribuído a cada ano, São Vicente foi ainda escolhido como patrono geral da catequese paroquial e São João Paulo II como patrono dos catequistas.
A atividade arrancou no dia em que a Igreja assinalou a celebração de Todos os Santos (1 de novembro) com a participação de todos os catequizandos na eucaristia, na qual foi entregue a cada ano da catequese a imagem do respetivo patrono. “Ao longo do ano pastoral eles vão conhecendo e aprofundando a vida desses santos e fazendo algumas atividades relacionadas com eles”, sustenta o pároco.

O sacerdote explica que o primeiro trimestre deste ano pastoral visou “conhecer a vida do patrono, construir a sua biografia e, a partir disso, fazer uma oração para cada grupo, inspirada na vida do santo para usarem habitualmente nas sessões de catequese ou até mesmo em casa, no dia a dia”. O padre António de Freitas conta que as salas de catequese vão sendo decoradas semanalmente com “aspetos da vida e imagens” dos santos.
O pároco considera ainda que “apesar de o desafio ser grande – porque há alguns santos que não são muito conhecidos, o que implica um grande trabalho dos catequistas –, a iniciativa foi muito bem acolhida” por estes por tratar-se de “algo que não é comum na catequese”. A cada catequista foi entregue material de apoio preparado pela equipa constituída pelos párocos e pelo diácono.

O sacerdote acrescenta que a recetividade contagiou também os destinatários. “Nota-se que as crianças vão conhecendo e descobrindo o seu santo, sabem a sua vida e os pormenores, o que revela haver um entusiasmo e um gosto por esta atividade. Quando, nalguma celebração ou encontro, perguntamos que identifiquem um determinado santo fazem-no e começam a falar dele. É sinal que têm estado a descobrir e a gostar da atividade”, testemunha.
Outras atividades previstas são a preparação de uma pequena exposição sobre a vida de cada santo atribuído a cada ano que será exibida no hall do centro paroquial e a entrega, a cada catequizando, da biografia do seu onomástico. Por fim, o ano terminará com uma peregrinação geral da catequese a um dos locais relacionados com os santos “algarvios”: Albufeira, Lagos ou Sagres. “O local mais provável será Sagres porque São Vicente é o patrono geral da catequese e os anos que têm como patronos São Vicente de Albufeira ou São Gonçalo de Lagos peregrinarão noutra altura a esses locais”, complementa.