O PSD Algarve lamenta o "desperdício de fundos públicos aplicados nas obras da barra da Fuseta que, cinco dias após a sua inauguração, foi encerrada ao tráfego marítimo" e avisa que vai questionar os ministros do Ambiente, da Agricultura e Pescas, e da Defesa face “desbaratar” de dinheiro dos contribuintes”, lê-se no comunicado enviado hoje à comunicação social.

Estas obras são, na opinião do presidente do PSD Algarve, Luís Gomes, “um excelente exemplo de ineficiência, falta de transparência e de rigor na utilização de dinheiros públicos, bem como, da descoordenação na forma como atuam os organismos desconcentrados do Estado e os governantes que os tutelam", acrescenta a nota de imprensa.

No dia 26 de novembro, e apesar das vozes críticas da comunicada piscatória, a nova barra da Fuseta, que faz parte de uma empreitada de um milhão de euros, foi inaugurada oficialmente com a presença da presidente da Sociedade Polis Ria Formosa, Valentina Calixto.

A comunidade piscatória da Fuzeta critica a Sociedade Polis por ter criado uma nova barra marítima sem um paredão fixo, alertando que se não fosse dragada constantemente o inverno eliminaria a obra e o dinheiro gasto seria deitado ao mar.

A 02 de dezembro já se registava o assoreamento de uma parte do canal de acesso ao mar que condicionou a funcionalidade da nova barra, impedindo os pescadores de irem para a faina. Cerca de 15 dias depois, o prognóstico dos pescadores tornou-se verdade: a barra nova não estava navegável.

A própria presidente da Sociedade Polis admitiu, a 09 de dezembro, que a barra nova da Fuzeta só estava operacional “em maré média a alta”, mas assegurou que as areias da nova barra seriam removidas, assim que as condições marítimas o permitissem.

O PSD/Algarve vem hoje criticar os gastos da obra e avisa que vai pedir explicações aos ministros do Ambiente e Ordenamento do Território, da Agricultura e Pescas e da Defesa com vista ao “cabal esclarecimento de todas as questões relacionadas com o desastre financeiro e operacional da empreitada da nova barra da Fuseta”.

“Qual a razão para que a obra tenha avançado sabendo-se de antemão que incidia numa área especialmente assinalada no Plano de Ordenamento da Orla Costeira Vilamoura-Vila Real de Santo António como sendo de elevada suscetibilidade ao assoreamento e galgamento oceânico?” – questiona o PSD/Algarve quer levar ao Parlamento.

O PSD/Algarve quer ainda saber que estudos técnicos fundamentaram as decisões dos dirigentes envolvidos no processo de adjudicação sem a garantia da total eficácia em matérias de segurança marítima e respeito ambiental, e quer também saber se foi efetuado um Estudo de Impacte Ambiental ou de Avaliação Ambiental Estratégica à empreitada.

Lusa