O comunicado da união sindical, citando números avançados terça-feira pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), afirmou que "há mais 9.056 desempregados do que havia no mesmo mês do ano anterior" e, nos últimos doze meses, "o desemprego cresceu 59,8 por cento".

"O Algarve continua a ser a região do país com maior crescimento homólogo do desemprego, situando-se muito acima do crescimento médio do país", considerou o sindicato, precisando que este "se situou nos 28,2 por cento".

A estrutura afecta à Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) sublinhou que "o crescimento acentuado de desempregados inseridos em programas ocupacionais tende a distorcer as comparações relativas a anos anteriores".

A União de Sindicatos do Algarve disse que em "Novembro de 2008 existiam 15.146 desempregados inscritos no IEFP, dos quais 1.232 inseridos em programas ocupacionais, e em Novembro de 2009 havia 26.218, dos quais 2.016 inseridos em programas ocupacionais".

"Numa região onde o desemprego cresceu desta forma no espaço de um ano, atingindo mais de 26.000 trabalhadores em Novembro, e, ao que tudo indica, preparando-se para chegar a valores ainda superiores nos próximos meses, o Natal de 2009 não é seguramente uma época festiva e de alegria para muitos milhares de trabalhadores", defendeu a estrutura sindical.

A União de Sindicatos considera que o nível de desemprego deixa o Algarve "entre as regiões de maior precariedade laboral da Europa" e lamenta que "todos os dias encerrem micro e pequenas empresas" e "muitas centenas de empresas enfrentem crescentes dificuldades para sobreviverem, muitas delas aguardando o fim da quadra natalícia para encerrarem".

A união sindical não estranha, por isso, que "milhares de pessoas se dirijam aos serviços da segurança social, às instituições particulares de solidariedade social, às misericórdias, às obras sociais da igreja e às autarquias locais solicitando apoios" e aumentem "o número de pessoas a requerer o subsídio de reinserção social".

"O Governo tem a responsabilidade e a obrigação de apresentar e fazer executar as medidas que afastem a crise que afecta a nossa região, que travem o desemprego, promovam o emprego, garantam a protecção social dos desempregados e dos carenciados e relancem a economia regional. É o mínimo que se lhe pode exigir e é isso que lhe exigimos", concluiu a estrutura sindical algarvia.