“Foram feitos todos os esforços para não fechar [a base de] Faro”, assegurou Fernando Melo que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações, acrescentando que a decisão de avançar com um despedimento coletivo “não foi tomada de ânimo leve”.
O administrador delegado da Groundforce disse que foi várias vezes a Faro falar com os trabalhadores, acrescentando que foi proposto aos trabalhadores um conjunto de medidas que poderiam traduzir-se numa redução de custos de 20 milhões de euros.
Entre as propostas apresentadas constavam, entre outras, a redução do subsídio de alimentação e a redução da rotatividade de trabalho.
Como justificação para o encerramento da base de Faro e o despedimento de 336 trabalhadores, Fernando Melo apontou o facto de ser uma escala “dominada pelas low cost [companhias aéreas de baixo custo] e com uma sazonalidade enorme”.
Faro “é uma escala onde operam, em grande maioria, as low cost e não temos estrutura de custos para trabalhar com as low cost. Não quer dizer que não tenha sido feito esse esforço”, afirmou o administrador delegado, referindo que realizou reuniões com a companhia aérea de baixo custo easyJet.
Fernando Melo, que está a ser ouvido no Parlamento a pedido do Bloco de Esquerda, reiterou que o encerramento da base de Faro avançou “para salvar os outros 2.000 postos de trabalho” da empresa.
Durante a audição, o administrador delegado disse que quando entrou na empresa, em 2008, foi confrontado com “uma série enorme de faturas” referentes a anos anteriores que não podia confirmar.
“Havia variadíssimos tipos de custos, consultoria, fornecimentos externos, uma panóplia muito grande de custos”, afirmou.
Lusa