© Mira/CML
© Mira/CML

A Câmara de Loulé está a investigar alegadas más práticas profissionais do veterinário municipal, a quem já foi instaurado um processo disciplinar, ao mesmo tempo que decorre uma petição para exigir o encerramento do canil municipal.

“Há muitas reclamações sobre o veterinário municipal que me chegaram ao conhecimento e que eu considerei que eram atendíveis”, disse o presidente da autarquia, Vítor Aleixo, à Lusa, acrescentando que foi com base em denúncias de populares, de associações de defesa dos animais e de um deputado municipal que mandou abrir um inquérito e instaurou, em dezembro passado, um processo disciplinar ao veterinário municipal, só agora revelado pelo executivo.

A par das denúncias diretas ao município, corre atualmente uma petição pública ‘online’, com quase 1.300 assinaturas até quinta-feira, que exige o encerramento temporário do Canil Municipal de Loulé até que todas as condições de funcionamento e defesa dos direitos dos animais estejam reunidas.

A petição, dirigida à autarquia, à Direção Geral de Alimentação e Veterinária e à Assembleia da República, aponta a falta de condições do canil municipal e a falta de cumprimento de rotinas de funcionamento que respeitem a lei vigente e dá a conhecer alguns casos de má conduta profissional atribuídos ao veterinário municipal.

Em reação ao conteúdo da petição, Vitor Aleixo disse identificar vários mal entendidos e relatos de situações que não correspondem à realidade, até porque desde que o seu executivo municipal entrou em funções foi criado um dossiê para trabalhar políticas relacionadas com a defesa dos animais.

O responsável municipal contou que a autarquia tem vindo a trabalhar de perto com quatro associações dedicadas à causa animal e criou uma lista de questões que têm de ser resolvidas no concelho, entre elas o regulamento do canil municipal, cuja versão preliminar vai a reunião de câmara até ao final de março.

Em curso estão obras como a introdução de estrados de madeira, divisões na área exterior do canil, o alargamento do canil para um espaço contíguo, o estudo da possibilidade de fazer campanhas de esterilização de animais de rua e o reforço do apoio à associação que gere o Canil de São Francisco de Loulé.

“Não vejo onde é que a Câmara Municipal de Loulé esteja aqui a falhar, pelo contrário. Não havia uma política para a defesa dos direitos de animais no concelho de Loulé e hoje posso dizer com toda a segurança que existe”, reagiu Vítor Aleixo admitindo que o processo possa ser mais lento do que os ativistas pretendem.

A 04 de outubro, a autarquia celebrou um protocolo de colaboração com a Associação Coração Sem Dono, a Associação de Defesa dos Animais e a Associação Protetora dos Animais, enquanto a Associação dos Amigos dos Animais Abandonados de Loulé formalizou o protocolo em fevereiro deste ano.

“Querem as coisas feitas de um dia para o outro. Nós aí, sinceramente, não podemos”, concluiu.