Em causa está o aumento gradual, desde 2010 e até 2012, das rendas mensais por metro quadrado de 4 para 10 euros, uma medida que visa atenuar as “gritantes desigualdades” de valores pagos pelos operadores antigos em relação aos novos.

A administração do mercado argumenta que a estrutura tem uma situação financeira “delicada”, devendo 11 milhões de euros à banca e tendo um prejuízo mensal no final de 2009 de 25 mil euros.

“Se nada se fizesse seriam os contribuintes que teriam de continuar a pagar para o mercado permanecer aberto”, lê-se no comunicado.

A administração do Mercado Municipal de Faro (MMF) refere não ter sido possível chegar a acordo com os responsáveis pela exploração dos espaços “Com Creme Café”, “M7”, “Cafetaria Gago”, restaurante “O Farol” e “Algartalhos”.

A medida foi desde sempre contestada pelo PS, que acusou hoje em comunicado de imprensa o atual administrador do mercado, Francisco Paulino, também líder da distrital do CDS-PP, de usar práticas de um partido de “extrema-direita”.

Segundo os socialistas, a administração do mercado colocou baias de proteção nas esplanadas de alguns daqueles estabelecimentos para coagir os proprietários a assinar os novos contratos, uma atitude que classificam como “repressiva”.

Quando foram transferidos para o novo mercado, inaugurado em 2005, os antigos operadores ficaram a pagar as mesmas rendas pela exploração dos espaços comerciais mas os novos começaram logo a pagar as taxas atualizadas.

Segundo o MMF, os operadores foram na altura informados que a partir de 2010 e até 2012 as taxas seriam atualizadas a cada ano, “não se justificando exceções”.

Como exemplo a administração do mercado refere que um espaço como o restaurante “O Farol”, com uma área de cerca de 130 metros quadrados, paga atualmente uma renda de 294 euros, valor que será atualizado para 1284 euros.

Um espaço mais pequeno como o “Com Creme Café”, com cerca de 33 metros quadrados, vai ver a renda aumentar de 77 para 338 euros, um aumento gradual, de 86,89 euros por ano, durante três anos.

“Não são comparáveis as instalações do antigo mercado com as do novo e como tal não podem ser iguais as taxas mensais”, conclui a administração do mercado.

Lusa