Para a concretização desta revitalização, diretamente relacionada com a “fecundidade do ministério”, apontou três aspetos que considerou importantes.
Primeiramente apelou à participação no retiro anual de sacerdotes promovido pela diocese. “Não vos dispenseis facilmente de fazer o retiro anual, integral e sério, assumido como tempo de silêncio, de oração pessoal, de orientação espiritual, de renovação da vida e do ministério à luz de Cristo e do Evangelho”, exortou, considerando que “causa sempre alguma perplexidade quando, ano após ano, se prescinde deste importante meio de crescimento espiritual e pastoral”.
De seguida referiu-se à necessidade de criação de uma “regra de vida pessoal” como “meio para inspirar, regular e harmonizar as diversas dimensões da vida, a qual contemple tempo para a oração e para o ministério, para o estudo, os amigos, a família e para os colegas presbíteros”. “Trata-se de um instrumento privilegiado para uma vida integrada e equilibrada, que ajude a estabelecer prioridades pessoais e pastorais, distribuídas de modo harmonioso ao longo do dia, de modo a garantir que nada do que é essencial na vida de um sacerdote seja secundarizado ou esquecido”, justificou, observando que “a insatisfação pessoal é habitualmente consequência de um ministério não fecundado pela «chuva» da oração”.
Por último salientou a importância da constituição e integração de “grupos de apoio mútuo” com o objetivo de “promover o bem-estar espiritual e a harmonia pessoal, através de encontros regulares para estar uns com os outros, rezar juntos, «sonhar» juntos, apoiar-se mutuamente, cultivar uma relação que permita dizer até as coisas mais difíceis uns aos outros de modo fraterno e amigo”. “A solidão não integrada pode tornar-se negativa na vida de um padre”, advertiu, lembrando que a corresponsabilidade comum dos sacerdotes realiza-se também no apoio mútuo estes que devem prestar uns aos outros.
O prelado defendeu que este caminho trará não só “proveito pessoal” para os sacerdotes, como para os fiéis que lhes estão confiados, apelou a um “progressivo moldar” do coração e das atitudes e lembrou que, “só uma vida espiritual centrada na Eucaristia pode dar sentido ao dom do sacerdócio, fecundidade ao próprio ministério, fidelidade a Cristo e à Igreja, discernimento nas opções pastorais e fortaleza nas adversidades”.
O bispo diocesano, que pediu aos cristãos estima e oração pelos presbíteros, diáconos e seminaristas, regozijou-se com o crescente “envolvimento e sensibilização” das comunidades paroquiais na Pastoral Vocacional e lembrou que “o caminho a percorrer neste sentido continua a ser exigente”. “A mentalidade dominante, dentro e fora da Igreja, e os obstáculos que lhe estão associados continua a exigir dos que servem a diocese nesta área pastoral, doação, gratuidade e confiança plena no Senhor da messe”, disse.
D. Manuel Quintas lembrou os jubileus sacerdotais deste ano, a celebrar em junho de julho próximos, concretamente as bodas de ouro de ordenação sacerdotal do bispo emérito do Algarve, D. Manuel Madureira Dias, e do padre Manuel Leitão Marques, e as bodas de prata de ordenação sacerdotal do padre Carlos César Chantre. Fez ainda memória do padre António Coelho, falecido em janeiro passado, e dos sacerdotes ausentes por doença.
Os sacerdotes do Algarve reuniram-se em torno do seu bispo para celebrar, em Eucaristia, a unidade e comunhão de todo o presbitério algarvio e de cada comunidade paroquial com o pastor da diocese, sentido de comunhão eclesial manifestada também na presença de muitos fiéis de todo o Algarve que fizeram questão de acompanhar os seus párocos.
Durante a celebração foram ainda benzidos e consagrados os óleos usados durante o próximo ano na administração dos sacramentos do Batismo, Crisma, Ordem ou Santa Unção, ou na dedicação dos altares ou de novas igrejas. Particularmente significativo foi ainda o momento da renovação das promessas sacerdotais dos presbíteros presentes.