Aquela conferência, que exerce a sua ação sócio-caritativa em todo o concelho de Faro, explica, em comunicado enviado à FOLHA DO DOMINGO, que a verba foi angariada por via de doações de particulares feitas através de coletas, quotas, donativos e, sobretudo, de peditórios.

Silvério dos Reis de Jesus adianta que os beneficiários foram sobretudo “idosos com reformas de miséria, doentes, famílias numerosas, desempregados sem direito ao subsídio de desemprego, alguns dos quais com mais de 40 anos de trabalho, mas ainda sem direito à sua justa reforma por não terem atingido a idade exigida”. “Trata-se de famílias, muitas delas com fracos rendimentos, que perderam o emprego ou têm reformas de miséria”, testemunha o presidente da conferência vicentina.

Aquele responsável atesta ainda a incredulidade dos mais pobres perante a injustiça de uma classe política nacional que aufere “reformas chorudas”, constituída por muitos membros que têm “menos de 50 anos de idade e emprego”.

Reis de Jesus garante que, “em face da crise que a vida dos não políticos atravessa”, o trabalho da conferencia vicentina só continua a ser possível “graças à generosidade das pessoas e empresas particulares” que, não obstante “todas as dificuldades que lhes estão a ser impostas”, “não deixam de contribuir para atenuar as dificuldades dos mais pobres”.

“Os mais responsáveis por toda esta situação – entidades oficiais – continuam indiferentes à sua sorte, deixando a nós e a outras Instituições Particulares de Solidariedade Social a resolução das suas carências”, critica ainda o presidente da Conferência Beato Nuno de Santa Maria, lamentando a falta de apoios oficiais.

A Conferência Beato Nuno de Santa Maria volta a apelar a todos os “irmãos de boa vontade” que apoiem os mais pobres “do modo que lhes seja possível”. “Colaborem connosco, materialmente ou juntando-se a nós, porque temos trabalho para todos e o nosso «patrão», o Senhor, nunca deixou de nos «pagar» generosamente. Como cristãos, homens e mulheres de fé que nos vem de Deus, continuamos determinados a ir ao encontro dos mais desfavorecidos”, assegura Reis de Jesus.

Samuel Mendonça