O presidente da Câmara de Portimão, Manuel da Luz, disse em entrevista à Lusa, há cerca de um ano, que o primeiro navio a ser afundado para a criação do museu subaquático era a corveta “Oliveira do Carmo”, com cerca de 1400 toneladas, 85 metros de comprimento e 10 de boca, e que essa operação estava agendada para novembro de 2010 ou abril de 2011.

Agora, o vice-presidente do município, Luís Carito, explicou à Lusa que só dentro de um mês – tem de ser aprovado em assembleia municipal – é que deve estar constituída a associação sem fins lucrativos que ficará responsável pelo desmantelamento dos quatro navios.

“Está em fase de constituição a associação sem fins lucrativos e que se vai chamar Museu Submar, da qual farão parte a Câmara de Portimão, a Empresa Municipal de Portimão e entidades associativas com clubes privados e públicos”, declarou Luís Carito.

Com os quatro navios que vão compor o museu subaquático – oceanográfico “Almeida Carvalho”, fragata “Hermenegildo Capelo”, corveta “Oliveira do Carmo” e navio-patrulha “Zambeze – vão formar-se roteiros acessíveis a qualquer mergulhador.

O desmantelamento estava inicialmente previsto para Lisboa, mas vai decorrer em Portimão, acrescentou o responsável. A intervenção, destinada a retirar os materiais poluentes das embarcações, vai custar cerca de um milhão de euros, um valor que está “garantido”, assegurou Luís Carito.

Depois deste processo, segue-se o afundamento das estruturas no mar, entre os 12 e os 15 metros de profundidade, para permitir que a flora e fauna se desenvolvam.

Manuel da Luz informou, na entrevista dada à Lusa há cerca de um ano, que os navios iam ser afundados a cerca de duas milhas da costa (Praia da Rocha), numa área já validada pelas autoridades ambientais.

O projeto do Museu Subaquático da Marinha de Guerra Portuguesa mereceu a aprovação de diversas entidades com competências na matéria, nomeadamente do Ministério da Defesa.

Manuel da Luz defende que este é “um museu original” e um projeto que permitirá “reforçar o ecossistema”, pois “os navios afundados serão recifes artificiais numa zona sem qualquer riqueza, o que possibilita um aumento da biodiversidade das espécies”.

O Museu de Portimão, já eleito o melhor do ano pelo Conselho da Europa, será o “responsável pela exposição em terra, retratando a história dos navios e dos seus patronos".

Lusa