"São números dramaticamente históricos, já que não há registo de situação semelhante no Algarve”, disse António Goulart, que prevê que “as expetativas sejam piores para o próximo inverno”.
“Espero que estejamos errados nesta previsão, porque senão teremos um cenário muito, muito grave”, salientou aquele dirigente.
Para o sindicalista, a taxa de desemprego no Algarve, de 17 por cento, a mais alta do país, “não é surpreendente, pois reflete a ausência de medidas do Governo, apesar das várias propostas apresentadas” pela estrutura representativa dos sindicatos.
“Há mais de dois anos que propomos medidas para combater o desemprego, que têm sido recusadas de forma arrogante pelo Governo”, sublinhou António Goulart.
O coordenador da USAL aponta para uma “diminuição” do desemprego no Algarve durante o segundo e terceiro trimestres do ano “devido os ciclos normais da economia da região”.
“O certo é que quando acabar o verão e num país em recessão, a taxa venha a crescer”, observou.
A taxa de desemprego atingiu os 12,4 por cento no primeiro trimestre deste ano com a nova metodologia de recolha de informação, revelou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
No entanto, o Instituto refere também que a taxa de desemprego do primeiro trimestre teria sido de 11,4 por cento, em vez de 12,4 por cento, caso tivesse sido mantida a metodologia anterior de recolha de informação.
Assim, com a anterior metodologia, a taxa de desemprego teria crescido 0,3 pontos percentuais face ao último trimestre de 2010, quando a taxa de desemprego se situou nos 11,1 por cento.
O INE acrescenta que, "face à introdução destas alterações, os resultados agora publicados não permitem uma comparação direta com os dados anteriores, configurando, assim, uma quebra de série".
Estas são as primeiras Estatísticas do Emprego feitas através do novo método, que passa a recolher a informação sobre emprego por telefone. Esta alteração implica que deixam de ser viáveis as comparações diretas com as estimativas anteriores, ou seja, entre o primeiro trimestre de 1998 e o último de 2010.
Lusa