Estiveram no local 12 veículos de quatro corporações e sapadores florestais, com 38 operacionais.
Em declarações à Lusa, Luís Gomes lamentou que este seja o segundo incêndio a deflagrar no espaço de uma semana na Mata das Dunas Litorais de Vila Real de Santo António e que o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) "não esteja a tratar dos seus recursos".
"O ICNB está a ter uma política irresponsável ao não fazer a gestão das áreas que lhe estão consagradas. Relembramos que, desde 2004, a câmara está para assinar um acordo para a gestão desta área e, sete anos depois, este ainda não tenha sido aprovado pelo ICNB, que foi quem apresentou a proposta", acrescentou o autarca.
Luís Gomes disse que "o verão começou mal, com dois incêndios numa semana", e afirmou que, se houver outro de grandes proporções, "o ICNB terá toda a responsabilidade porque a mata está ao abandono".
"Até agora não foram áreas muito grandes porque as equipas de vigilância da câmara têm conseguido detetar e foram atacados rapidamente. Nós é que estamos a fazer a gestão em áreas do ICNB, que não tem dinheiro para carros, para meios humanos, para fazer a vigilância e gestão de um espaço que é seu, o que é uma vergonha", frisou.
Luís Gomes vem alertando para o estado de degradação da área florestal centenária e parte integrante da Rede Natura 2000 desde novembro de 2009 e, na altura, o ICNB reconheceu à Lusa ter falta de meios para fazer os trabalhos de conservação do pinhal, que disse serem “extremamente dispendiosos”.
Responsável pela gestão da mata nacional através da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, o ICNB admitiu, na ocasião, que havia pinheiros a morrer, falta de limpeza, acumulação de materiais combustíveis e deficiente fiscalização, carecendo a mesma de uma melhor gestão.
Plantada entre 1887 e 1919, a mata constitui, segundo uma proposta de protocolo para a gestão partilhada apresentada pelo ICNB à câmara vila-realense e à qual a Lusa teve acesso, "a mais relevante área florestal da orla costeira do Leste algarvio".
A Lusa contactou o ICNB para obter um comentário às declarações do autarca, mas até ao momento tal não foi possível.