Segundo o governante, que hoje se reuniu com representantes das forças de segurança locais, os presidentes dos municípios algarvios e outros agentes da região, 30 desses elementos ficarão destacados para Albufeira.

Aquela cidade algarvia tem sido palco de episódios de violência que já resultaram na morte de duas pessoas: um jovem de 23 anos agredido recentemente à porta de um bar e um turista britânico atacado na cidade em maio.

Ainda este mês cinco homens de cara tapada e munidos de metralhadoras tentaram assaltar o hotel do Inatel de Albufeira, com cerca de 700 portugueses alojados, mas os seguranças conseguiram impedir o roubo.

Os 180 homens anunciados, que chegaram à região na semana passada, são praças em formação, disse o ministro Administração Interna.

“Eu não posso inventar GNR, nem PSP, mas quero dizer que não houve nenhuma alteração no percurso de formação desses agentes que estão hoje no terreno no Algarve”, explicou Miguel Macedo, em declarações aos jornalistas, à margem de uma reunião com representantes das forças de segurança locais, presidentes dos municípios algarvios e outras autoridades da região.

“Aqueles que vieram para o Algarve são uma parte daqueles que estão a acabar a sua formação e que têm neste período, justamente no terreno, todos os anos, este estágio, que é feito imediatamente antes do ingresso definitivo na respetiva força”, explicou.

O reforço global no Algarve para o verão é, no entanto, de 262 homens, tendo os restantes 82 chegado em junho, referiu à Lusa a assessora de imprensa do ministério.

O ministro da Administração Interna informou que os crimes registados no Algarve nos primeiros seis meses deste ano são “semelhantes” ao número de crimes do período homólogo de 2010.

O ministro reconheceu, contudo, que há alguns “sinais de urgência” e algum “alarme” social e que foi por isso que o Governo reagiu e “destacou mais 180 polícias” que começaram na semana passada a trabalhar.
“Este reforço especial, que se adiciona a outro reforço que já foi feito no anterior Governo, julgamos que possa contribuir para emprestar ao Algarve um clima de mais segurança subjetiva às pessoas”, reforçando o dispositivo atual e permitindo o desdobramento em que haja limitações, acrescentou.

A manutenção do reforço policial ao longo de todo o ano no Algarve “não está fora de causa”, mas não é “instantânea” e tem de ser ponderada em articulação com as forças de segurança “num quadro mais vasto e que tem a ver com a apreciação da distribuição dos policiais pelo território nacional”, referiu.

O cônsul britânico no Algarve, Clive Jewell, que esteve no encontro do ministro com as autoridades algarvias, disse que o consulado tem estado a trabalhar com os autarcas da região e com a polícia para estreitar contactos e entendimentos.

Lusa