“Se houver portagens responsabilizamos o engenheiro Macário Correia e os que estão ou vierem a estar a seu lado, pelo agravamento da crise da região e o aumento de mortes e feridos na estrada nacional 125 [usada como alternativa]”, declarou a Comissão de Utentes da Via Infante, numa conferência de imprensa que decorreu hoje num restaurante junto à EN125.

O presidente da Câmara de Faro, Macário Correia, admitiu na terça-feira passada a introdução de portagens na Via Infante (A22) face à situação financeira do país e às medidas acordadas com a ‘troika’ internacional (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), apesar de frisar que continua contra a medida.

A Comissão de Utentes da Via Infante classificou de “muito graves” as declarações de Macário Correia e mostrou-se “revoltada” e “indignada” com a “concordância com as portagens de Macário Correia”, apelando aos algarvios para não se “resignarem” e para continuarem a lutar contra as portagens no Algarve.

“Manter-nos-emos firmes na luta contra as portagens, com iniciativas de rua em agosto”, avisaram os elementos da comissão de utentes, que hoje anunciaram também uma comissão instaladora para criação de uma associação para a “mobilidade em geral e segurança na região”.

A Comissão de Utentes da Via Infante quer, além de luta contra as portagens na A22, atuar em relação “a todas as vias de transporte e questões estratégicas do Algarve, explicaram os representantes na conferência de imprensa.

A comissão de utentes informou ainda que vai pedir uma audiência ao Ministro da Economia, Trabalho, Obras Públicas e Telecomunicações e prometem avançar com uma providência cautelar caso a introdução de portagens seja efetivada na Via Infante.

O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) pediu esta semana ao Governo que suspenda a introdução de portagens na A22, recordando que apenas o troço final da Via Infante, entre Lagoa e Lagos e concluído em 2003, foi construído após a criação do regime SCUT.

Inicialmente traçada como itinerário complementar, a A22 foi construída com recurso ao orçamento público durante três governos e através de fundos comunitários.

Lusa