Muito depois, o hispânico Teodósio (379-85), por fim, irá estabelecer a religião cristã como religião oficial do império, banindo de vez, o paganismo. Este último imperador absolutista sediado no oriente, está intimamente associado ao mais paradigmático centro arqueológico e religioso paleocristão de Carranque (região de Toledo), com a sua “Domus-Ecclesiae” (1ª fase) “protocristã” e, por fim, a “Basilica” primitiva (2ª fase) paleocristã e, essencialmente “protobizantina”. Com duas formas arquitectónicas marcantes e, com implantações distintas mas paralelas entre si, correspondentes precisas de duas etapas construtivas bem distinguíveis (arquitectura protocristã e paleocristã). A primeira estrutura arquitectural, mais antiga, e de origem doméstica pagã (“Domus”), em Carranque, relativa a uma congregação eclesiástica nascente e, desde logo, agregada à bem delineada e originária “Ecclesia” e importante baptistério (também “gémeo” de Milreu), consumando a fase do cristianismo primitivo ou Protocristã: a “Domus-Ecclesiae”. Depois, é interpolada paralelamente e em local destacado, pela mais “recente” fase de implantação arquitectónica e do período Paleocristão: a original “Basilica”. A espiral do tempo e da “mesma” época, plasmada em duas fases edificantes e, arquitecturalmente, em dois espaços bem distinguíveis e, “paralelos” entre si em termos temporais. Estilisticamente destacados, são também patentes tipológicas e, sobretudo, com 2 marcantes “Protótipos” construtivos localizados especialmente na mais paradigmática estação arqueológica hispânica e mundial. Hoje, este Centro Religioso arqueológico, e exemplar basilar de 2 fundamentais “arquétipos” arquitectónicos do mundo católico, encontra-se devidamente musealizado, e acessível através de uma ponte suspensa que atravessa um dos afluentes ao rio “Tagus”, e na orbita da muito antiga sede cristã (“metropolita”) de “Toletum” (Toledo). (continua)
Arquitecto e ensaísta