Na terceira sessão do julgamento no Palácio da Justiça, em Lisboa, apenas com a presença de Kate McCann (Gerry viajou na quarta-feira para Inglaterra), vão ser ouvidas três testemunhas indicadas pela TVI e igual número pela produtora Valentim de Carvalho, também visadas neste processo.

Em causa neste processo, que tem as alegações finais marcadas para 10 de Fevereiro, está a providência cautelar de proibição da comercialização do livro e do vídeo "Maddie – A Verdade da Mentira", decretada a 09 de Setembro de 2009.

O livro do ex-coordenador do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Portimão reproduz a tese de que Kate e Gerry McCann estiveram envolvidos na morte da filha, desaparecida a 03 de Maio de 2007, na Praia da Luz, no Algarve.

Na quarta-feira, a acusação provou que o livro foi concluído antes do despacho de arquivamento do processo de investigação ao desaparecimento de Maddie, o que poderá suscitar violação do segredo de justiça, além de ter permitido criar uma ideia na opinião pública.

O tribunal vai decidir se torna definitivo o procedimento cautelar deferido ou se permite que o livro e o vídeo, baseado no documentário exibido na TVI, possa voltar ao mercado.

Na acção principal, a família McCann reclama a protecção dos direitos, liberdades e garantias.

O livro “Maddie – A Verdade da Mentira” foi publicado em 2008 e lança a suspeita de que os pais da criança inglesa terão participado na ocultação do cadáver.

A criança inglesa Madeleine McCann desapareu em 03 de Maio de 2007 do quarto de um apartamento num aldeamento turístico na Praia da Luz, no Algarve, onde se encontrava de férias com os pais e os dois irmãos.

Na qualidade de coordenador do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Portimão, Gonçalo Amaral integrou a equipa de investigadores que tentou apurar o que aconteceu a Madeleine.

Kate e Kerry McCann, que sempre mantiveram a posição de que Maddie foi raptada, foram constituídos arguidos em Setembro de 2007, mas acabaram por ser ilibados em Julho de 2008 por falta de provas para sustentar a hipótese avançada pelo inquérito de morte acidental da menina.

O Ministério Público arquivou o processo, que poderá ser sempre reaberto se surgirem novos dados considerados consistentes sobre o desaparecimento da criança.