As religiosas, que agora deixam de estar presentes na serra algarvia, resumindo a congregação a sua presença no Algarve às comunidades de Porches e Odiáxere, chegaram a Martim Longo em 1983. Viviam-se tempos de muitas carências no concelho de Alcoutim, sobretudo ao nível dos cuidados básicos de saúde, e as consagradas formavam aquela comunidade com a missão de ajudar a população local no combate às dificuldades que os tempos lhes impunham.
Foram anos de muita dedicação e apoio, sobretudo aos mais idosos que não “emigraram” para o Algarve litoral em busca de melhores condições de vida, mas também aos diversos párocos que, ao longo destas quase três décadas, serviram aquelas paróquias.
O bispo do Algarve manifestou já publicamente o seu reconhecimento por este trabalho por ocasião da recente tomada de posse do novo pároco daquelas comunidades. D. Manuel Quintas apresentou naquela Eucaristia a intenção de ação de graças a Deus pelos anos de serviço das irmãs franciscanas àquelas comunidades. O prelado agradeceu o “serviço, dedicação, doação, generosidade e referência” de tantas irmãs que por ali passaram, algumas delas já falecidas.
No último sábado, na homenagem participada pelo padre Firmino Ferro, vigário geral da Diocese do Algarve, em representação do bispo diocesano, pela superiora provincial da congregação, a irmã Maria Celeste Lúcio, e pelo padre Alberto Teixeira, novo pároco daquelas comunidades, o presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, evidenciou o bem que constituiu a vinda das irmãs franciscanas para aquelas freguesias e sublinhou a necessidade de não se esquecer o que era o concelho de Alcoutim há 28 anos atrás. “Nem sequer havia enfermeiros. E foi precisamente esta comunidade que trouxe a primeira enfermeira, na altura a irmã Rosa e mais tarde a irmã Isilda. É bom que não esqueçamos o que se passava há mais de 20 anos e saibamos reconhecer e dar valor a quem, como as irmãs FMM, de uma forma desprendida e por amor ao próximo, nos soube ajudar”, destacou.
Como homenagem ao trabalho das religiosas, a população local mandou fazer uma placa, colocada na casa onde viveram, que foi descerrada naquele dia de despedida e ficará a atestar para os vindouros o serviço prestado àquelas populações. Foi ainda produzida uma brochura, oferecida às consagradas, que faz memória, com fotografias e poemas, da sua missão em Martim Longo e Vaqueiros.
As paróquias de Cachopo, Martim Longo e Vaqueiros agradeceram todo o trabalho pastoral desenvolvido pelas FMM e assumem agora a missão de “manter a chama acesa e legar às gerações vindouras toda a recordação do bem que nos fizeram”.
As irmãs FMM, a quem as paróquias de Martim Longo e Vaqueiros, e também de Cachopo, agradeceram todo o trabalho pastoral desenvolvido, veem-se agora confrontadas com a necessidade de ir trabalhar noutras comunidades, uma gestão que as congregações se veem forçadas, cada vez mais, a fazer por causa das conhecidas dificuldades relacionadas com a falta de vocações à vida consagrada.