Falando à Lusa, Vítor Neto advertiu que, caso se insista na cobrança de portagens, meses de julho e agosto, poderão tornar-se “incomportáveis”, com “centenas de milhares de carros num período concentrado de tempo”.

Sustentou que, caso nada seja feito, “haverá situações de passageiros que querem apanhar o avião para voltar aos países de origem e não conseguirem chegar ao aeroporto porque o trânsito não permitiu. E os aviões vão embora e ficam cá os passageiros”.

Por outro lado, reiterou que a entrada em vigor das portagens “prejudica gravemente a vida económica do Algarve”, mas reconheceu que a luta terminou com “uma derrota política” dos opositores.

“Contudo, os empresários não podem ficar a chorar sobre essa situação”, pois “têm que continuar a manter as suas empresas a funcionar e os postos de trabalho”, disse.

Em resposta ao “pessimismo de muitos”, o presidente do NERA apelou ao estabelecimento de um espírito positivo em torno da região e à procura de soluções para que as empresas sejam dinamizadas.

“Nesta altura, o apelo que devemos fazer é para que os portugueses continuem a vir ao Algarve, que tem todas as condições para lhes responder e para que tenham um período de lazer magnífico”, disse.

Criticando as posições “hipócritas e ambíguas de muitos” sobre a introdução de portagens, Vítor Neto observou que, sem esquecer o assunto, “não podemos ficar amarrados a ele”.

Sobre os elevados índices de ocupação de tráfego que ocorrem na EN125 desde a entrada em vigor das portagens, Vítor Neto considerou “normal” que cidadãos e empresas “organizem as suas atividades em função dos seus orçamentos”.

Contudo, criticou as ações “pouco ponderadas” e os atos de sabotagem, que “prejudicam a região”.

Ex-secretário de Estado do Turismo dos governos de António Guterres, Vítor Neto é atualmente vice-presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP) e membro da direção da Confederação Empresarial de Portugal (CIP/CEP).

Lusa