A figura de Jesus foi vista sob três perspetivas distintas: a primeira, permitiu aos presentes a compreensão “Do Espaço ao Centro, à Unidade”, ou seja, a ideia de que Cristo é central na Fé e, por isso, num templo cristão tudo o que encontramos serve, como explicou Carlos Aquino, para “revelar aquilo que somos e vivemos em essência”, pois o “espaço conduz-nos à conversão, à comunhão, à unidade” e nele “somos conduzidos ao encontro com Cristo, que é o espaço”.

A segunda perspetiva permitiu uma reflexão sobre “Cristo como lugar de Revelação, de Anúncio e de Celebração”. Os participantes foram convidados a perceber, observando alguns aspetos arquitetónicos da Catedral (como o Altar Mor, o formato das naves entre outros), que Cristo “é a perfeita relação entre a Palavra e a Imagem: ‘A Palavra (verbo) se fez carne e habitou entre nós’”, explicou o pároco de Silves.

Por fim, um terceiro aspeto levou os presentes a refletirem sobre “Jesus Cristo, espaço de Deus e para Deus”, tendo o Sacerdote referido os mistérios Gozozos, Dolorosos, Gloriosos e Luminosos que nos permitem descobrir a vida de Cristo e que são retratados em diversas peças de arte presentes na catedral.

Na semana anterior, dia 11 de dezembro, a visita guiada centrou-se na figura de “Maria, Mãe que acolhe”. Orientada por Sandra Moreira, técnica superior de comunicação, esta sessão procurou que os participantes descobrissem a figura da Mãe de Jesus, tendo em consideração duas ideias centrais: Maria acolheu, em primeiro lugar, o plano de Deus, nunca rejeitando os desafios que ele colocou no seu caminho e, por isso, está sempre presente na vida dos crentes como a referência de maternidade, de pureza, de doação, de capacidade de sofrimento, sendo igualmente tida como medianeira e co-redendora por ter acolhido, no seu ventre e na sua vida, Deus feito homem.

Em segundo lugar, Maria é quem acolhe os fiéis que entram na catedral, acolhe a todos como seus filhos, desde o momento em que, aos pés da cruz de Jesus, aceitou a missão de ser Mãe da humanidade. Assim, ela acompanha a História e é parte dos momentos de maior significado para o povo português. Exemplo para todos os fiéis, Maria está retratada na catedral de diversas formas, assumindo, várias evocações, naturalmente com o intuito de promover, em quem para ela olha, a capacidade de refletir e de se sentir motivado a acolher, também, a proposta de Deus.

O grupo de participantes pôde, de forma interativa, analisar algumas passagens das Sagradas Escrituras e de outros textos, relacionados com a vida de Nossa Senhora e ver, de perto, as imagens que, no templo, retratam a Mãe de Jesus, escutando algumas informações sobre cada uma delas e os aspetos históricos a elas ligados.

Recordamos que este ciclo de ações, intitulado “Memórias Escondidas” surge como consequência da integração desta Sé na “Rota das Catedrais”.

Advento é o tempo (o primeiro) do ano litúrgico, o qual precede e prepara o nascimento de Cristo, constituído, no calendário religioso, pelas quatro semanas que antecedem o Natal.