Iniciada há uma semana, a campanha é promovida pelos municípios fronteiriços de Vila Real de Santo António (VRSA), Castro Marim e Alcoutim, em associação com a Associação de Comerciantes da Região do Algarve (ACRAL) e visa informar os turistas que as primeiras saídas da A22 após a ponte do Guadiana não carecem de pagamento de portagem.

Durante o Natal as quebras nas vendas em restaurantes e lojas viradas para o turismo, por comparação com épocas festivas anteriores, cifrou-se entre nos 75 por cento, devido à falta de compradores espanhóis, os principais clientes daqueles espaços comerciais, disse à Lusa o representante da ACRAL naquela cidade, Joaquim Guedes.

“Mas para alegria de todos nós, esta segunda-feira, feriado em Espanha, tivemos muitas visitas de espanhóis em VRSA: Foi como se o rio [Guadiana] desaparecesse, ouvimos de novo falar espanhol”, acrescentou.

De acordo com o mesmo dirigente, os espaços comerciais da cidade, sobretudo os restaurantes e lojas de atoalhados, têm vindo a sentir o regresso dos visitantes andaluzes, depois de algumas semanas sem visitas espanholas, devido à imposição de portagens na Via do Infante (A22), a 8 de dezembro.

Até agora, a campanha tem consistido na distribuição de folhetos explicativos em três línguas – português, castelhano e inglês – aos turistas que visitam o posto misto, na antiga fronteira entre os dois países, e na publicação de anúncios na Imprensa escrita e rádio.

Na próxima semana, começará uma nova fase da campanha, com o alargamento dos anúncios a várias rádios do sudeste espanhol e imprensa escrita, colocação de outdoors em Huelva, Cartaya, Sevilha e posto misto e ações de teatro de rua em Sevilha e Huelva, pelo grupo “Fech’ó Pano”, disse à Lusa fonte da Câmara Municipal de VRSA.

“Estamos a mostrar que os concelhos e as populações do sudeste estão unidos, na defesa do nosso bem-estar”, acrescentou o dirigente da ACRAL.

Por sua vez, o presidente da câmara de VRSA, Luís Gomes (PSD), disse à Lusa que a iniciativa continuará “por tempo indeterminado” para “combater os mitos que se apoderaram dos espanhóis e que se revelaram muito persistentes”.

Um desses mitos, disse, era o de que a simples entrada em Portugal implicava o pagamento de portagem, havendo mesmo boatos segundo os quais a circulação na Via do Infante implicava o pagamento de uma taxa de 50 ou 70 euros.

Lusa