O Conselho Regional do Algarve assumiu-se contra a prospeção e exploração de gás e petróleo no Algarve, em terra e em mar, calendarizada para outubro deste ano, anunciou na sexta-feira o presidente daquele órgão, Vítor Aleixo.
“Não há compromisso possível” entre a exploração de hidrocarbonetos e o turismo, disse à Lusa Vitor Aleixo sublinhando que o Conselho Regional do Algarve é o órgão mais representativo da sociedade política e civil da região.
Esta tomada de posição é, segundo aquele responsável, uma forma de fazer o Governo perceber que a região está unida na rejeição total das atividades de prospeção e exploração de hidrocarbonetos, tanto em terra como em mar.
Aquela estrutura de aconselhamento da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve diz-se convicta que o prosseguir da prospeção e exploração de hidrocarbonetos é um erro ambiental e económico e “um atentado à qualidade de vida das populações”.
Apontado para a importância da qualidade ambiental para a imagem de um destino turístico atrativo, os membros do Conselho Regional do Algarve sublinham que a aposta nos hidrocarbonetos é “um erro histórico imperdoável” que colide com a atividade turística, motor da economia algarvia.
Em comunicado, o Conselho Regional do Algarve, defende uma aposta na área energética diferente, virada para as energias renováveis como é o caso das energias solar, eólica e das marés.
“São as energias de futuro e que manterão o Algarve ambientalmente sustentável e de excelência ambiental e patrimonial”, lê-se no mesmo documento, onde é saudado o empenho de vários movimentos populares da região na contestação e na sensibilização e informação da população sobre esta matéria.
Os elementos daquela estrutura consultiva alertam que, apesar do aparente recuo de algumas posições, “subsistem ambiguidades das entidades responsáveis, e até iniciativas ambíguas que podem ter como objetivo adormecer as vozes opositoras e desmobilizar a luta, para criar situações irreversíveis e factos consumados”.
Vítor Aleixo, também presidente da Câmara Municipal de Loulé, afirmou, ainda, que caso o Governo não recue, “os algarvios estão dispostos a subir o tom de contestação”.