A referência foi feita ontem, na eucaristia do Dia de Baden-Powell (BP), o fundador mundial do escutismo, que teve lugar em Portimão e D. Manuel Quintas referia-se aos cerca de 2000 elementos do contingente algarvio do CNE, aos quais se associam ainda os seus familiares. “Queremos dar graças a Deus pelo dom que o escutismo é para a nossa região e para a nossa diocese. O CNE regional, como escutismo católico português, profundamente ligado à diocese, enche-me o coração de alegria”, reconheceu, manifestando-se “muito grato a todos aqueles que, em cada agrupamento, procuram viver em fidelidade aos ideais do escutismo”.
Dirigindo-se particularmente aos dirigentes, apelou à persistência da exigência nesses ideais. “A exigência fortalece-nos sempre e dá-nos uma capacidade muito grande de crescimento. Nunca devemos deixar de ser exigentes e de propor, com fidelidade, os ideais e valores do escutismo”, afirmou, lembrando que “não ser exigente consigo próprio, é fragilizar toda a construção”.
Por outro lado, o bispo do Algarve enfatizou a importância da inserção paroquial contínua. “Não é à margem das paróquias que o CNE cresce como escutismo católico português”, advertiu, constatando que “as comunidades onde o CNE colabora, participa e propõe atividades sentem-se mais rejuvenescidas e fortalecidas na sua fé”. A título de exemplo destacou o trabalho do CNE nas campanhas do Banco Alimentar Contra a Fome.
Com base no lema da atividade de ontem – “Junto ao Arade, crescemos como comunidade” –, o prelado deixou claro que “só vivendo a dimensão do serviço” será possível crescer como comunidade. “O serviço é a atitude imprescindível para crescermos como comunidade, não apenas a comunidade humana e cívica, mas também a comunidade eclesial”, afirmou em referência às leituras escutadas, pedindo “que cada um coloque ao serviço de todos os dons que tem”. “Esse serviço deve ser exercido de maneira voluntariosa, sendo humildes e simples”, complementou, lembrando que só quem é “humilde” e “vive a dimensão da fraternidade é que se predispõe para servir”.
Neste sentido, o bispo do Algarve advertiu que “não basta ser solidário” mas “é preciso ser fraterno” para “acolher o outro como irmão” e pediu aos escuteiros para serem “criativos na resposta ao serviço”.
Samuel Mendonça