Este ano, a Festa Pequena realizou-se no passado domingo (8 de abril), em ambiente de grande festa, tendo a afluência de fiéis, que encheu por completo o Largo de São Francisco, ultrapassado a de anos anteriores.
Ao longo destas duas semanas a imagem permanece na igreja de São Francisco, ininterruptamente aberta das 8 às 23h, sendo celebradas diariamente três eucaristias. A última, às 21h, é a eucaristia própria da novena, que decorre até ao próximo dia 18 de abril, e que precede o tríduo de preparação para a Festa Grande, que ocorre nas três noites seguintes, tendo como pregador o padre Mário de Sousa, pároco da matriz de Portimão e professor no Instituto Superior de Teologia de Évora, especialista em Sagrada Escritura. Este ano, o tema da novena e do tríduo é “Como Maria vivemos da Palavra de Deus”.
O momento alto destas festividades acontece no dia 22 de abril, com a chamada Festa Grande. É o adeus da padroeira à sua terra e o regresso em apoteose, com a subida do andor ao íngreme cerro onde se implanta o Santuário com a pequena ermida que, a poente, se ergue sobranceira a toda a cidade. Impondo-se como a maior manifestação de fé a sul do Tejo, que é simultaneamente a mais significativa expressão de devoção mariana algarvia, a Festa Grande a Nossa Senhora da Piedade atrai a Loulé uma multidão imensa de pessoas que congestiona por completo a circulação na cidade, oriundos não só de todos os pontos do Algarve, como também de diversas regiões do país.
Às 10h será então celebrada eucaristia na igreja de São Francisco, com a presença dos homens do andor, após a qual a imagem irá em procissão até ao Largo do Monumento Engenheiro Duarte Pacheco, onde ficará durante o dia. Às 16h será celebrada a eucaristia solene, presidida pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, à qual se seguirá a procissão pelas ruas centrais da cidade até à igreja de São Francisco, onde será feita uma pequena pausa. Cerca das 18h será a arrancada para o Santuário, onde será feita a pregação de encerramento.
Ao esforço dos homens oito homens, vestidos de calças e opas brancas, que transportam a imagem de Virgem Maria com Jesus no braços, alia-se a força espiritual dos muitos milhares de fiéis que, em vivas a Nossa Senhora, acenando lenços ou em passo vivo e na cadência musicada dos homens da banda, vão «empurrando» calçada acima, no calor da fé, o pesado andor da padroeira.
A festa termina com o regresso, em marcha, de todos com a banda até ao centro da cidade.
As festividades de Nossa Senhora da Piedade constituem uma tradição com provável origem em 1553, data oficial da edificação da capela que lhe é dedicada.
