José Santos Matos, o empossado presidente do núcleo algarvio da AMCP, garantiu que a mesma “tem como missão a prática da medicina à luz do Evangelho”. “Como médicos estamos vocacionados profissionalmente para tratar do ser humano na sua vertente física biológica e psíquica, mas como católicos temos de ter também presente a vertente espiritual”, explicou, considerando que os médicos católicos ficam “mais responsabilizados” perante os doentes do que os que não católicos. “Não é que sejamos melhores médicos do que os que não são cristãos, no entanto penso que temos mais capacidade de acolher o ser humano na sua globalidade. Temos hipótese de dar maior conforto ao nosso doente”, justificou Santos Matos, que considerou haver “um grande défice de valores cívicos e morais” e que defendeu a “reorganização dos serviços de saúde”.
O Bispo do Algarve considerou que a criação deste núcleo “vai ser muito importante, não só para aqueles que se querem inspirar nos princípios desta associação, mas para todos aqueles que querem aproveitar do modo como os médicos católicos exercem a sua profissão, tendo em conta o rigor da ciência científico, mas também a inspiração evangélica que ilumina a sua vida”. “Esta associação vai enriquecer-nos a todos, particularmente a Pastoral Diocesana da Saúde”, disse.
O padre monsenhor Feytor Pinto, coordenador da Comissão Nacional da Pastoral da Saúde, desejou que todas as dioceses possam ter um núcleo da AMCP. “Se queremos uma saúde humanizada e com sensibilidade ética não podemos prescindir de uma associação como esta que não tem dimensão política, económica ou de outra intervenção que não seja os valores que, no âmbito da saúde, se podem transmitir”, disse, lembrando que a AMCP “insere-se na pastoral dos leigos da Igreja”. “Não é um trabalho do clero”, advertiu.
O padre monsenhor Feytor Pinto, que é também membro da comissão de acompanhamento do caso de doentes que cegaram no Hospital de Santa Maria, sublinhou que “um médico católico, tem de estar empenhado fortemente no desenvolvimento da ciência e da técnica ao serviço da pessoa humana”. “Isto significa uma vocação, uma missão e uma participação autêntica em toda a vida da Igreja. Como eu celebro sobre o altar, o médico «celebra» sobre a cama do doente, a mesa operatória ou noutro espaço qualquer da sua actividade profissional. É a acção pastoral que é sempre uma acção salvadora”, complementou.
A cerimónia, para além dos corpos directivos empossados e das personalidades já referidas, contou ainda com a presença do presidente da ARS – Administração Regional de Saúde do Algarve, Rui Lourenço, da presidente do Conselho de Administração daquela unidade hospitalar, Ana Paula Gonçalves, do representante da direcção nacional da AMCP e da Federação Europeia de Associações de Médicos Católicos, Laureano Santos, do assistente espiritual do Secretariado da Pastoral da Saúde da Diocese do Algarve, padre Joel Teixeira, e do assistente espiritual do Hospital de Faro, diácono Rogério Egídio.
Para além do presidente, a direcção do núcleo algarvio da AMCP é ainda constituída pelos médicos Fernanda Nascimento, Maria Helena Boavida Gonçalves, Arlindo Alberto Sousa, Maria Salomé Pereira, Luísa Maria Serrano, Maria José do Carmo e Eduarda Pires e pelo padre Joel Teixeira.
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