E porque “servir ao altar como acólito e a comunidade, na sua liturgia, pressupõe que se faça com fé e que se peça ao Senhor o dom da fé”, D. Manuel Quintas exortou os presentes a pedir a Deus esse dom para poderem também “ser testemunhas e apóstolos de Jesus” na escola, na família e no ambiente de cada um.
O bispo do Algarve disse ainda ter “muito apreço pelo serviço dos acólitos” na diocese algarvia. “Vejo que exercem este serviço com entusiasmo, alegria, com sentido de dignidade e desejo de servir bem”, sustentou D. Manuel Quintas. “O que seria das nossas liturgias do Algarve sem a vossa colaboração e participação? Seriam muito tristes e seria muito difícil”, reconheceu.
A encerrar, e no contexto da Semana de Oração pelas Vocações que ontem terminou, o bispo diocesano deixou uma mensagem de apelo às vocações consagradas para “servir a comunidade o tempo todo e a vida toda”. “É muito importante ser acólito num Igreja diocesana mas, na nossa Igreja diocesana, há muita necessidade, não só de acólitos, mas de padres que, há semelhança de Jesus, servem a comunidade, não apenas quando se reúne para a Eucaristia, mas o tempo todo”, referiu, acrescentando ser “muito importante considerar a vocação como dom de Deus como nos recorda o Papa este ano”.
Na Eucaristia, que teve início com a bênção e aspersão da água e, na qual, os participantes renovaram o seu compromisso de acólitos, concelebraram ainda os padres Luís Leal, responsável do Serviço Nacional de Acólitos, Carlos de Aquino, assistente do Centro de Acólitos da Diocese do Algarve, e António Rocha, pároco local. A celebração, à qual se seguiu um almoço oferecido pela paróquia anfitriã no seu salão paroquial, contou ainda com um gesto de oferta de rosas a Nossa Senhora.
Pela primeira vez no Algarve, o padre Luís Leal explicou ao FOLHA DO DOMINGO que veio de Lisboa para “melhor conhecer a realidade dos acólitos” e “como organizam o Dia Diocesano dos Acólitos”. “Há coisas que se fazem aqui, neste dia, que outras dioceses ainda não fazem”, justificou, lembrando que todas as dioceses portuguesas têm acólitos mas nem todas têm serviço de acólitos organizado. No entanto, aquele responsável reconheceu haver “vontade dos bispos para que exista”.
O sacerdote considerou que o Serviço Nacional de Acólitos “está a ter um crescimento na sua qualidade e visibilidade, especialmente junto dos acólitos” e que a Igreja em Portugal, com cerca de 40 mil acólitos, “vai reconhecendo a necessidade deste serviço” que promove, entre outras iniciativas, a Peregrinação Nacional dos Acólitos a Fátima, encontros de formação de formadores ou a edição de subsídios.
O Dia Diocesano do Acólito, que contou com 86 participantes, oriundos das paróquias da Mexilhoeira grande, Montenegro (incluindo a comunidade de Gambelas), Parchal, Quelfes, Santa Maria de Lagos, São Bartolomeu de Messines, São Luís de Faro, São Pedro (comunidade do Patacão), Sé de Faro, Silves, Tavira e Vila Real de Santo António, teve início logo na última sexta-feira à noite com uma vigília de oração mariana, presidida na igreja de São Luís pelo padre Carlos de Aquino, à qual se seguiu uma dinâmica de apresentação dos participantes.
No sábado de manhã, o encontro, subordinado ao tema “Servir Jesus na Eucaristia” e promovido pelo Centro Diocesano de Acólitos, teve continuidade com os acólitos a realizarem um trabalho de grupos com vista à preparação de diversas celebrações litúrgicas, desde a missa estacional do bispo até à missa de ordenação de um sacerdote. Cada grupo apresentou à tarde, em plenário, o resultado do seu trabalho que incluiu a distribuição das diversas funções.
O acólito, palavra de origem grega que significa “acompanhar” ou “seguir”, ajuda o clero católico no serviço do altar, podendo ser solenemente instituído, o que acontece no âmbito da formação para o sacerdócio.