O medicamento foi negado a duas doentes que fizeram uma reclamação, a 3 e a 16 de maio, mas a presidente da ANDAR, Anisete Saraiva, garante que existem “pelo menos umas dez situações semelhantes”, a maioria delas de “pessoas que não reclamam com medo de represálias”.
A falta do medicamento, que deve ser tomado "mensalmente e no mesmo dia de cada mês", é suscetível de "criar dores terríveis em todas as articulações do corpo", disse Anisete Saraiva. A presidente da ANDAR reconhece que se trata de um medicamento muito caro – mais de mil euros por cada ampola de toma mensal -, mas observa que "não é o preço que deve pesar nas existências de medicamentos nos hospitais" e que "sai muito mais caro ao Estado não os fornecer aos doentes", nomeadamente em baixas médicas e reformas antecipadas.
O presidente do Conselho de Administração do Hospital de Faro garantiu que não deu qualquer instrução à farmácia "para não comprar o que quer que fosse" devido ao preço, e garantiu que se tratou de uma situação de falta pontual. "Até hoje não faltou uma pílula ou uma ampola neste hospital por questões de dinheiro", disse, reconhecendo que pode haver ruturas de "stock" em alguns tipos de medicamento, mas isso "nunca acontece no caso dos medicamentos urgentes e emergentes".
Segundo Pedro Nunes, no caso em apreço, a rutura deveu-se às novas regras que entraram em vigor no início do ano, relativas a aquisições de medicamentos, que implicam mais burocracias nos concursos, nomeadamente um pedido de autorização.