Foto © Samuel Mendonça

As autoridades sanitárias estão a identificar capoeiras domésticas em torno do ponto onde foi encontrada uma garça com gripe aviária, pedindo às pessoas que informem sobre eventuais “mortalidades anormais”.

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) confirmou na terça-feira a deteção no Algarve de uma garça-real (Ardea cinerea) infetada com o vírus da gripe aviária (vírus influenza A do subtipo H5N8).

Ontem, o diretor-geral de alimentação e veterinária, Fernando Bernardo, disse à Lusa que o subtipo de vírus encontrado na garça morta não se transmite aos humanos mas pode no entanto passar para produções domésticas ou industriais de aves e que esse procedimento de identificar explorações domésticas nas imediações do local onde foi encontrado o cadáver é o normal.

“Trata-se apenas de uma garça-real que morreu, cujo cadáver foi recolhido e no qual se encontrou um vírus da gripe aviária”, não havendo “motivo para nenhum tipo de alarme”.

Segundo Fernando Bernardo o aparecimento de algum caso até era “expectável desde outubro”, quando aves do norte da Europa começaram a voar para o sul para passar o inverno, tendo em conta que foram detetados muitos casos em países como a França, Alemanha ou Hungria.

“Nessa altura aumentámos o nível de alerta do nosso plano de vigilância da doença, nomeadamente em zonas de risco, as que são frequentadas por essas aves, pedindo a todas as entidades que observam as aves mortas para que colaborassem connosco na entrega de aves”, explicou o responsável.

Foi assim que no dia 26 de janeiro, na ria de Faro, o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), da GNR, encontrou o cadáver da garça, que se verificou estar infetado.

Fernando Bernardo salientou que na região do Algarve não há aviários industriais mas pediu aos donos de capoeiras domésticas para que avisem a GNR ou as autoridades veterinárias para alguma mortalidade anormal das suas aves. Mas frisou que de momento não há qualquer motivo para que as pessoas se desfaçam de qualquer ave.

A gripe aviária é uma das doenças de declaração obrigatória mundial. Portugal, lembrou o diretor-geral, teve focos da doença em 2013 e também já tinha tido em 2007, quando foram infetadas explorações de aves na zona da Malveira e da Lourinhã.

No comunicado divulgado na terça-feira a DGAV indicava que “foi já proibido o comércio de aves em mercados rurais, largadas de pombos, de espécies cinegéticas criadas em cativeiro e caça com negaças vivas. Foi igualmente dirigido um apelo aos detentores de aves em capoeiras domésticas para não realizarem movimentações desses animais”.