Apesar da crise, ainda há quem prefira pagar pela sombra e pelo conforto das espreguiçadeiras a comprar um guarda-sol por 10 euros numa qualquer loja e evitar assim o ‘esforço’ de o carregar pelos areais do Algarve.
"Continuamos a ter muitos banhistas que procuram os toldos e as cadeiras, mas há cada vez mais pessoas a regatear os preços e a pedir descontos", disse à Lusa um dos concessionários de ‘sombra’ da Praia da Rocha, em Portimão.
Segundo Nuno Fernandes, "houve um ligeiro decréscimo em relação ao ano passado, mas até não é, para já, muito significativo", apesar dos preços ali praticados – um dia custa 20 euros e meio dia fica por oito euros.
Nas várias praias que a Lusa percorreu entre Portimão, na zona oeste do Algarve, e Castro Marim, já junto a Espanha, constatou que os preços dos alugueres se mantiveram inalterados em relação a 2011 e que, apesar de a maioria dos banhistas considerar os preços elevados, há quem faça um esforço para "desfrutar do prazer durante alguns dias do ano".
"Custa-me um bocadinho, mas levo o ano inteiro a pensar nestes momentos e acho que vale a pena", disse Maria Beatriz, enquanto descansava debaixo de um toldo na Praia da Rocha.
"É um dinheiro bem empregue, porque tenho a vantagem de ter sombra, as cadeiras e a segurança do nadador-salvador", destacou.
Os preços mais elevados são praticados nas praias do Trafal e do Garrão, entre Quarteira e Vale do Lobo, embora os valores variem entre 10 e 21 euros por dia.
Na praia do Forte Novo, em Quarteira, por exemplo, o banhista pode usufruir diariamente de um toldo e uma espreguiçadeira por 10 euros ou oito euros por meio dia. Se optar apenas pelo toldo de praia, o preço está fixado em cinco euros por dia.
Já na Praia do Trafal, no mesmo concelho, um toldo e duas espreguiçadeiras custam 18 euros por dia ou 10 euros por meio dia.
"Somos mais baratos do que Vale do Lobo e mais caros do que Quarteira. Tentamos sempre manter aqui um balanço", explicou Marisa Pedro.
Na praia do Trafal, onde trabalha há quatro anos na área dos alugueres de toldos e no restaurante, os preços praticados refletem o aumento do IVA, o investimento em material novo e os custos fixos de manutenção e de contratação dos nadadores-salvadores, apontou.
"Uma senhora, há pouco, perguntou-me se eu tinha preço para os locais. Disse-lhe que não, porque não fazemos esse tipo de distinções", contou a concessionária, apontando os meses de julho e agosto como “os mais animadores".
Por seu lado, Hannah Heyse, concessionária na Praia do Garrão (município de Loulé), optou por manter o preço desde há duas épocas "para segurar o negócio".
As lojas da marginal de Quarteira vendem chapéus de sol a partir dos 10 euros, mas, segundo os comerciantes que os vendem, "a crise não aumentou a procura”.
Mais a sotavento, na praia do Cabeço, Castro Marim, um toldo e duas espreguiçadeiras são alugados por 12 euros ao dia, 140 euros por quinzena e 250 euros por mês.
Também aqui o negócio está mais fraco em relação a outros anos, explicou à Lusa um dos responsáveis do concessionário, Luís Pereira.
"Nota-se que as pessoas estão um pouco em contenção", afirmou, acrescentando que "houve pessoas que tinham feito reservas e desistiram, outras estão a mudar para outras alturas do ano".
Lusa