O curso de mestrado integrado em Medicina da UALg foi criado em 2009, ano em que foi assinado um contrato-programa entre a tutela e a universidade, destinado a apoiar financeiramente o curso por quatro anos e que termina a 31 de dezembro.
O contrato previa um financiamento de 5,4 milhões de euros, que deveriam ter sido distribuídos faseadamente ao longo destes quatro anos, contudo, a verba só foi transferida totalmente em 2009 e parcialmente em 2010.
Em declarações à agência Lusa, João Guerreiro referiu que o curso está a ser financiado a partir de saldos transitados, o que "reduz a margem de manobra de tesouraria" da instituição.
"Num momento de aflição destes, em que temos que ter margem de manobra, esta redução é prejudicial", sublinhou.
O reitor da UALg acrescentou que já pediu ao Governo para estender a atribuição da verba para 2013 e 2014, mantendo o valor total inicialmente acertado no contrato.
A situação foi hoje exposta em comunicado pelos deputados do PSD eleitos pelo Algarve – Mendes Bota, Pedro Roque, Elsa Cordeiro e Cristóvão Norte -, que defenderam a continuação dos apoios ao curso.
Em missiva enviada ao Ministério da Educação e Ciência, os parlamentares questionam o Governo se vai cumprir o contrato e transferir a verba em falta e ainda se prevê prorrogá-lo.
O reitor da UALg afirmou manter a expectativa de que pelo menos parte do valor seja transferido ainda este ano e que o Governo calendarize uma nova distribuição das verbas por seis anos.
João Guerreiro assegura, no entanto, que a qualidade do curso não foi afetada, mas lamenta que a falta de novas instalações continue a limitar o número de vagas a 32 alunos, quando o objetivo é que esse número quadruplique, para 128 vagas.
Os primeiros médicos formados no Algarve deverão sair da universidade no verão do próximo ano, prevendo-se que possam fazer os exames de acesso à especialidade em novembro de 2013.
A entrada no curso de medicina da UALg está condicionada a alunos já licenciados em ciências relacionadas com a área da saúde.
O modelo pedagógico em regime tutorial, baseado em estudos de casos clínicos, é inovador do país.
Lusa