A diretora do Secretariado da Pastoral Escolar da Diocese do Algarve explicou a Folha do Domingo que a redução geral de alunos afeta também a disciplina de EMRC, quer no ensino básico, quer no ensino secundário, embora seja particularmente significativa neste último. “A situação no ensino secundário é má porque em oito anos passámos de um número muito elevado de alunos para um número baixíssimo”, afirmou Edite Azinheira, considerando que esta redução se deve ao facto de a disciplina ficar colocada nas tardes livres dos alunos, devido à organização dos horários em blocos de 90 minutos. “Os alunos não estão dispostos a ter a disciplina nestas condições”, testemunha, acrescentando que os estudantes estão também a “enveredar muito pela via profissional quer no secundário, quer no básico, o que faz com que reduza o número de alunos em EMRC”.

No último ano letivo de 2011-2012, havia 124 alunos a frequentar a disciplina de EMRC no ensino secundário (10º, 11º e 12º) em todo o Algarve. O projeto ontem apresentado, durante o encontro dos docentes daquela disciplina com o bispo do Algarve, quer triplicar este número em três anos.

Entre as estratégias delineadas, o projeto, que se estende por três anos, pretende estabelecer um “maior empenho na colaboração com a pastoral diocesana na sensibilização da disciplina”, a “interação dos professores do secundário e do básico”, a “articulação interciclos” e “promover ações de formação para professores”.

Recorde-se que, em junho deste ano, o bispo do Algarve escreveu uma nota pastoral na qual pediu uma inversão do “processo de absentismo” na disciplina de EMRC. D. Manuel Quintas exortou os pais, particularmente os católicos, a matricular os seus filhos naquela disciplina, a partir do primeiro ano do ensino básico, “num tempo em que se reclama uma inadiável educação para os valores”.

Samuel Mendonça