A ministra do Mar disse na sexta-feira que o contrato de concessão das obras de ampliação do porto de recreio de Olhão vai concretizar um projeto pensado há uma década e que tem sido sistematicamente adiado para “vergonha da nação”.

O contrato de concessão para os trabalhos de ampliação do porto de recreio de Olhão é válido por 35 anos e foi assinado na sexta-feira entre a Docapesca e a Verbos do Cais, empresa privada que faz a gestão dessa zona de apoio à náutica de recreio e vai investir 3,35 milhões de euros para aumentar, numa primeira fase, a capacidade de amarração dos atuais 299 lugares para 340, podendo no futuro chegar aos 500 lugares.

Ana Paula Vitorino disse que a sua presença na assinatura do contrato de concessão, por ocasião do dia da cidade de Olhão, serve para recompensar o “dinamismo, capacidade de concretização e de permitir que sejam concretizados os planos do Governo, assim como os planos das entidades privadas”.

A governante disse que o porto de recreio de Olhão é um dos casos “que estavam pendentes e que são a vergonha da nação” por terem sido “adiados sistematicamente há 10 anos”, depois de terem sido lançados quando ainda estava na Secretaria de Estado do Mar, no Governo liderado por José Sócrates, em 2009.

“A maior parte deles não aconteceram, não sei se por inépcia, se por desleixo ou por opções políticas – que também as há – de não fazer avançar o país, mas este era um daqueles casos em que não se percebe porque algo que está planeado e lançado desde 2009, em 2016 ainda não está concluído e a florescer, estando ainda a necessitar de mais um prolongamento”, afirmou.

Ana Paula Vitorino disse que não se percebe estes atrasos, porque estas infraestruturas “são extremamente importantes para o desenvolvimento do município, com certeza, mas também da região e do país”, considerou.

“A náutica de recreio é das atividades económicas mais expressivas em termos daquilo que é a economia regional, aliás, o turismo não é composto apenas de praias e hotéis, mas também de desportos náuticos, da náutica de recreio, da gastronomia, de todas as componentes do turismo”, acrescentou, classificando este investimento como uma “mais-valia”.

Ana Paula Vitorino disse que a “Docapesca tem vocação para gerir a atividade da pesca e para a regulação da náutica de recreio”, mas frisou que “não tem é vocação para fazer a gestão de cada uma das marinas que temos aqui no Algarve ou no resto do país”.

“Por isso, é importante que a iniciativa privada se junte e, com o seu saber e o seu ‘know-how’ e com aquilo que lhes compete, que é a capacidade de concretizar em termos económicos, fazer a sua quota parte e desenvolver em termos económicos esta infraestrutura”, sustentou.

Além das obras na área molhada, vão também ser feitos trabalhos na zona terrestre, com a construção de serviços administrativos, de apoio, oficinas, equipamentos de restauração e comércio e posto de combustível para embarcações, segundo o projeto revelado.