
O cónego monsenhor Joaquim Luís Cupertino, de 87 anos, completou 60 de sacerdócio na passada sexta-feira e para assinalar a efeméride foi celebrada na igreja de matriz de Portimão uma eucaristia de ação de graças.

Na celebração, presidida nos ritos iniciais pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas agradeceu ao pároco da matriz de Portimão e à paróquia onde colabora o sacerdote aniversariante por aquela celebração, uma iniciativa que considerou “muito oportuna”. O prelado sublinhou o que o monsenhor Joaquim Cupertino constitui para si como “testemunho de simplicidade, confiança, de serviço e de disponibilidade”.

O pároco da matriz de Portimão explicou que o sentido daquela celebração era “dar graças a Deus” pelo “bem que Deus tem feito na vida de tanta gente”, através do “sim generoso da consagração” do aniversariante. “Queremos, neste dia, louvar o Senhor por 60 anos de uma vida de dedicação e de amor a Deus, derramado no amor ao próximo. Queremos dizer ao Senhor o nosso muito obrigado por tanto bem na nossa vida pessoal, na vida da comunidade, na vida da nossa diocese e na vida de tanta gente, na qual o ministério do monsenhor se tem cruzado e Deus tem feito. Agradecemos a Deus por ele poder continuar connosco, assim, generoso, tão lúcido e sempre uma referência e uma ajuda para podermos todos com ele, e por ele, ser fiéis Àquele que é o único pastor da Igreja”, afirmou o padre Mário de Sousa.

O cónego monsenhor Joaquim Cupertino evidenciou os “vários matizes” destes 60 anos de vida sacerdotal. “60 anos de sacerdote significa 60 anos de alegrias e de tristezas, de vitórias e de derrotas, de saúde e doença, de calor e frio, nos territórios da Europa e de África, com homens na vida militar ou propagando as missões na Obras Missionárias Pontifícias, ou antes, educando os alunos que foram para o Seminário”, afirmou, lembrando as diversas dimensões do seu trabalho.
O aniversariante considerou que “ser sacerdote é dar um salto no escuro”, acrescentando que o padre é “um ser humano com defeitos e pecados” que se “atira nos braços de Jesus Cristo”. “O que é o sacerdote? É, e há de ser sempre, um ponto de interrogação na sociedade. O sacerdote é um homem disponível nos braços de Cristo, dos apóstolos e dos seus sucessores”, complementou, considerando que a vida do sacerdote é sempre um “acicate naquele que o vê passar se este não tem fé”, tantas vezes “sujeito a todas as calúnias e a tudo o que queiram dizer da Igreja”.

“Ao sacerdote só lhe compete semear. Vai semeando para que os outros olhem não para ele, mas para Cristo”, prosseguiu, acrescentando que “o sacerdote procura limpar as «lentes» da vista de todos aqueles que o ouvem” para apontar o “caminho do Senhor”.

Na eucaristia, concelebrada por vários sacerdotes da Igreja algarvia, o cónego Joaquim Cupertino, que agradeceu as presenças, evidenciou a ligação do seu ministério a Fátima. “Fui convidado para ir para o Seminário num acampamento em Fátima e fui ordenado sacerdote em Fátima”, lembrou.

Atualmente, para além de colaborar com a paróquia matriz de Portimão, o cónego Joaquim Cupertino, natural de São Brás de Alportel, tem estado também a apoiar o vicariato da Pedra Mourinha daquela cidade e é ainda juiz do Tribunal Interdiocesano de Évora, Beja e Algarve.