Para além de D. Francisco Gomes de Avelar, a publicação dá destaque a muitas outras figuras marcantes que passaram pela capital e que marcaram a história cultural do Algarve. No seguimento daquilo que tem vindo a fazer nas suas últimas colaborações com Folha do Domingo, Teodomiro Neto mergulha no seu trabalho de investigador para se debruçar sobre o Arco da Vila, a Muralha, o Largo da Sé, a Catedral, o Paço Episcopal, o Convento de Nossa Senhora da Assunção (atual Museu Municipal de Faro) e sobre a Porta do Repouso.
O autor aborda ainda, de forma particular, os registos do Algarve cultural do século XX, onde se incluem a fundação de ‘O Heraldo’, periódico do movimento futurista, ou a movimentação de refugiados da Segunda Guerra Mundial que trouxe para Faro figuras como Carlos Porfírio ou Hélène de Beauvoir e que abriu portas as tantas outras que se lhes seguiram.
Teodomiro Neto refere-se igualmente aos neorealistas Assis Esperança, Leão Penedo, Manuel do Nascimento e Vicente Campinas, ao “abalo artístico” que sacudiu a cidade nos anos 50 com o “renascer do teatro” e à poesia de João Lúcio, de Cândido Guerreiro, de Emiliano da Costa ou de António Ramos Rosa. Na música, o historiador destaca nomes como Maria Campina, Alfredo Mascarenhas, Álvaro Cassuto ou Zeca Afonso, no cinema, Armando Miranda e Carlos Porfírio, e no ensino Almeida Carrapato, Gomes Guerreiro, Maurício Monteiro e José Barão.
O último capítulo da publicação, constituída por 104 páginas, é dedicado aos museus da capital algarvia.
Autor de 29 publicações editadas em português e francês, Teodomiro Neto, aproveita ainda para sugerir que se transforme a centenária Tipografia União, da Diocese do Algarve, no Museu da Imprensa Samuel Gacon, impressor no Algarve do primeiro livro em Portugal.