O sacerdote, conferencista da V Jornada Bíblica da Diocese do Algarve, denunciou o contexto de silenciamento da fé cristã que a quer remeter à “esfera privada” e criticou que os cristãos se acomodam perante esta realidade. “Hoje não nos expulsam da sinagoga mas gozam-nos, ridicularizam-nos e querem-nos fazer aceitar de que a fé é para ser vivida na sacristia, que não se pode falar de Deus na praça pública. Pode-se falar de tudo, menos de Deus e, sobretudo, do Deus de Jesus Cristo. As outras coisas até são bonitas porque são um bocadinho isotéricas e é interessante”, criticou com ironia o sacerdote, lamentando que os cristãos se vão “convencendo disto”.

“A gente não fala por respeito aos que não creem e os que não creem já não respeitam aqueles que acreditam”, constatou, lembrando que “a capacidade de aceitação e de tolerância não é só de um lado”. “É dos dois lados. E a agente não se pode deixar convencer e amedrontar por sermos expulsos das relações humanas”, apelou, lembrando aos cristãos que a sua “grande riqueza” é Jesus. “É Ele que dá sentido à nossa vida, é Ele que ilumina os nossos passos e, por isso, não podemos calar esse grande tesouro que é o verdadeiro sentido da nossa vida, com o respeito por aqueles que não acreditam mas exigindo também respeito por nós, que acreditamos, e que temos um sentido para a vida. Não nos podemos calar”, afirmou.

Samuel Mendonça