O presidente da câmara, José Amarelinho, explicou à Lusa que a pousada de Aljezur era uma das que poderiam vir a encerrar até março, mas a autarquia chegou a acordo com a Movijovem, cooperativa que está sob a tutela da Secretaria de Estado do Desporto e da Juventude e gere a rede de pousadas, para evitar o fecho temporário e o ‘lay-off’ dos trabalhadores durante quatro meses.

O autarca disse que a tutela está a preparar “um documento estratégico que visa uma nova abordagem a esta problemática das pousadas e que tem a ver com a sua exploração e sustentabilidade”.

O município recebeu a garantia de que, quando o modelo estiver pronto, a câmara “será convidada a participar nas reuniões para dar a opinião como parte interessada neste processo”.

“O que ia acontecer em Aljezur, e aconteceu, creio eu, por muitas outras pousadas a nível nacional, foi que a Movijovem fez contas e, atendendo aos custos de exploração, iria fechar a pousada no primeiro trimestre do ano, mas seria um fecho temporário, sendo que, sempre que houvesse um grupo com número de pessoas considerável, seria aberta”, afirmou José Amarelinho.

Ao saber da hipótese de encerramento, o autarca ficou “preocupado”, contactou outros presidentes de câmara em situação idêntica e soube que algumas “câmaras se predispuseram a acertar valores trimestrais para que as pousadas não encerrassem durante os meses de época baixa, nomeadamente em situações em que os protocolos em vigor já tinham cessado, como era o caso concreto do município de Aljezur”.

“O protocolo já tinha terminado e eles preparavam-se para fechar temporariamente todo o mês de dezembro e até março. Acertámos um valor que rondou os 13 mil euros para que a pousada funcionasse nestes quatro meses e se evitasse a situação de ‘lay-off’ para os funcionários”, contou.

O autarca recordou que a pousada da praia da Arrifana serve um público muito específico e ligado ao surf, modalidade que é importante na quebra da sazonalidade e justificou a abertura da pousada, pelo que seria “uma mais-valia continuar aberta”.

Questionado sobre se a câmara fez um investimento de cerca de 13 mil para manter a pousada aberta no inverno, o autarca respondeu que “na prática foi isso”, mas sublinhou que esse valor vai agora “entrar em linha de conta para o valor que for determinado em protocolo para o resto do ano e para os anos que se seguem” no âmbito da análise que a tutela está a realizar caso a caso em cada pousada.

Lusa