
A Diocese do Algarve promoveu no passado dia 19 deste mês uma ação de formação para empresas que organizam casamentos.
A iniciativa, levada a cabo através do Sector Diocesano da Pastoral de Turismo (SDPT) em parceria com a Chancelaria Diocesana, teve lugar no Seminário de São José, em Faro, e visou dar a conhecer os procedimentos necessários para a preparação de um casamento católico, ou seja, para a celebração do sacramento do matrimónio.

A Diocese do Algarve explicou que o encontro foi motivado pelo “acentuado acréscimo de matrimónios católicos transferidos de dioceses estrangeiras” que tem verificado nos últimos anos, cujos “aspetos logísticos, incluindo o processo civil e canónico, não são tratados pelos próprios nubentes, mas por agências de organização de casamentos, comumente chamadas de wedding planners, que fazem o trabalho de intermediação entre o pároco e a paróquia onde se realiza o matrimónio e os nubentes”.

Na formação, participada por cerca de 20 representantes daquelas empresas e pelos cinco sacerdotes da diocese algarvia que assistem no Algarve às celebrações do matrimónio em língua inglesa, foi anunciado que a diocese irá elaborar um documento, para regulamentar a atividade das wedding planners, cujas diretrizes entrarão em vigor a partir de 2019. A Igreja algarvia explicou que considera “imperiosa uma clarificação não só dos procedimentos canónicos, mas também um esclarecimento formativo sobre a especificidade litúrgica do matrimónio católico”.
O coordenador do SDPT que orientou o encontro, no qual foi muito questionado pelas empresas organizadoras de casamentos, lembra que a crescente celebração de matrimónios de estrangeiros não foi algo que a diocese algarvia tenha procurado, mas uma realidade com a qual tem sido confrontada.

O padre Miguel Neto adiantou ainda que as empresas presentes naquela formação, umas a trabalhar naquela área há mais de 10 anos e outras recém-criadas, serão certificadas pela Diocese do Algarve para o exercício da sua atividade com um selo próprio criado para o efeito.
O sacerdote, que abordou sobretudo os aspetos logísticos e canónicos da celebração do matrimónio para estrangeiros que suscitavam as principais dúvidas dos participantes, reconheceu haver problemas na forma como os processos chegam à diocese algarvia e pediu às empresas para tentarem agendar os casamentos nas paróquias onde existem os cinco sacerdotes que na Diocese do Algarve falam inglês.

A formação contou ainda com uma abordagem aos aspetos litúrgicos da celebração do matrimónio, realizada pelo padre Pedro Manuel.
Em contraste com os matrimónios de algarvios que têm vindo a diminuir nos últimos anos, o chanceler da Cúria diocesana confirmou ao Folha do Domingo que o número de casamentos católicos oriundos de fora da diocese algarvia (incluindo o de estrangeiros) têm vindo a aumentar.
O padre Joaquim Nunes refere que este ano foram celebrados 476 matrimónios com nubentes de fora da diocese (incluindo portugueses residentes no estrangeiro), sendo que destes cerca de 250 foram de estrangeiros que vieram de propósito casar a Portugal. De entre estes últimos, a maioria das celebrações são de irlandeses, seguindo-se depois os ingleses, mas há também casos de noivos vindos da República Democrática do Congo, Abu Dhabi ou Austrália, para além de países europeus como França, Alemanha ou Holanda.