Perto de 800 jovens e adultos (que também se quiseram associar à iniciativa) participaram na última sexta-feira à noite nas Vias-Sacras Jovens, marcadas por gestos carregados de simbolismo, que se realizaram para cada uma das quatro vigararias (circunscrição eclesiástica da qual fazem parte várias paróquias) da Diocese do Algarve.

Os jovens das paróquias que constituem a vigararia de Portimão reuniram-se em Alvor, junto à lota, seguindo depois pelas ruas da vila até à igreja paroquial.

Os jovens das paróquias que constituem a vigararia de Loulé encontraram-se em Boliqueime, junto à escola EB 2.3, partindo depois para uma caminhada de quatro horas pelas ruas daquela paróquia que terminou na igreja, com a adoração ao Santíssimo Sacramento.

Os jovens das paróquias que constituem a vigararia de Tavira concentraram-se na igreja paroquial de Monte Gordo, partindo depois pelas ruas da vila piscatória com regresso à igreja onde a Via-Sacra terminou também com a adoração ao Santíssimo Sacramento.

Os jovens das paróquias que constituem a vigararia de Faro concentraram-se na igreja de Estoi, percorrendo de seguida as ruas da aldeia e regressando no final à igreja paroquial. No início da Via-Sacra, o padre Pedro Manuel, que orientou a iniciativa para aquele grupo, lembrava o objetivo da mesma. “Estamos aqui para fazermos parte do caminho que Jesus fez: o caminho da cruz. A vida de todos nós é sempre este eterno desafio a caminharmos com Ele, do mesmo modo que Ele caminha connosco”, afirmou, explicando que se pretendia “rezar diante da cruz”. “Não viemos para rezar facilidades. Viemos rezar dificuldades, momentos de angústia e de tristeza”, sustentou.

O sacerdote pediu ainda aos participantes que rezassem “para que esta Quaresma não seja mais uma Quaresma, mas um momento de encontro com Jesus Cristo”, pelas paróquias e pelas famílias.

No final da Via-Sacra lembrou que sem sofrimento não se chega ao “sabor verdadeiro” da liberdade. “É preciso passar pelo sofrimento porque o sofrimento é uma escola”, frisou, considerando que “ser cristão, ter fé, ser católico, estar na Igreja é uma coisa muito bonita”. “Sabemos que a Igreja pode ter todos os defeitos, a começar pelo facto de ser composta por «piratas» como eu ou como vocês. É composta por nós, mas não fomos nós que a fundámos. Também não conseguiremos afundá-la porque Aquele que a fundou não deixará que se afunde”, complementou.

Neste sentido, concluiu que “a Igreja pode continuar a acreditar que tem futuro”. “Nós já sabíamos que sim, mas há muitos que nos viram passar que não sabiam. Enquanto tivermos Jesus Cristo no coração dos jovens, a Igreja continua a ter futuro”, afirmou.

Para o final da noite deixou o momento de “oração mais intensa”, pedindo uma salva de palmas ao Papa pela “coragem” que teve ao renunciar, mostrando que “ama mais a Igreja do que a opinião que o mundo pode ter dele”. Após o efusivo aplauso, seguiu-se o grito “esta é a juventude do Papa”.

A Via-Sacra consiste em acompanhar espiritualmente o trajeto que Jesus percorreu até à morte, sepultura e ressurreição, com momentos de meditação e oração ao longo de 15 estações.

Samuel Mendonça