Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O Fórum “Pensar Faro”, subordinado ao tema “A História e o Património Cultural de Faro”, que se realizou nos passados dias 9 e 10 deste mês na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, pretendeu “promover o debate em torno de múltiplas questões relacionadas com o passado, o presente e o futuro da capital algarvia”.

Isso mesmo o afirmou na sessão de abertura o presidente da União de Freguesias da cidade que promoveu a iniciativa no âmbito do Ano Europeu do Património Cultural – 2018.

Bruno Lage, presidente da União de Freguesias de Faro • Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

“O estudo e a divulgação da história do património cultural são condições essenciais para que os farenses possam valorizar a sua cidade e a sua identidade. Este é, pois, o grande objetivo do Fórum ‘Pensar Faro’: promover o conhecimento da nossa história e a compreensão do património cultural farense”, referiu Bruno Lage, lembrando que a cidade foi fundada por mercadores fenícios e construída ao longo dos séculos por romanos e árabes.

“Faz falta termos orgulho na nossa cidade, discutirmos a nossa cidade, pensarmos a nossa cidade”, acrescentou, considerando que a capital do Algarve tem um “futuro promissor”. “É preciso conhecer muito bem o nosso passado e a nossa história”, considerou, garantindo no encerramento daquele encontro de caráter científico e cultural a sua continuidade já no próximo ano.

O autarca anunciou ainda a criação pela União de Freguesias de Faro de um prémio anual para os melhores trabalhos de investigação que sejam feitos na cidade.

Alexandra Gonçalves, diretora regional de Cultura do Algarve • Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

A diretora regional de Cultura do Algarve destacou na abertura do fórum que “pensar Faro é também pensar o Algarve porque Faro tem um papel determinante neste território”. “A minha esperança é que para além da reflexão resultem daqui algumas ações que contribuam de facto para uma afirmação da nossa região”, observou Alexandra Gonçalves.

O deputado algarvio Cristóvão Norte, que também passou pelo encontro, realçou a “oportunidade da iniciativa” que disse denotar uma “visão de natureza prospetiva” para identificar “matérias que exigem uma compreensão aprofundada do poder político e dessa forma procurar encontrar as respostas para as necessidades dos cidadãos”. “Desse prisma, este Fórum ‘Pensar Faro’, convocando um conjunto de matérias que são indiscutivelmente importantes e determinantes para o nosso futuro, é uma feliz realização”, realçou.

O deputado algarvio Cristóvão Norte • Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

Cristóvão Norte acrescentou que “hoje há uma compreensão muito mais aguda que identidade é valor”. “Hoje a cultura e a preservação do património já têm uma nota de sustentabilidade determinante do ponto de vista económico. Quando queremos um turismo que seja sustentável já percebemos que a exigência da satisfação das necessidades do turista não se circunscreve ao sol nem à praia”, sublinhou, considerando que “ter essa compreensão no quadro das opções politicas é da maior importância”.

“Faro tem muitos desafios a este respeito. Teve a vantagem, talvez, de não ter acordado para o advento do turismo tão cedo quanto outras cidades do Algarve e isso dá-lhe outras ferramentas para lidar com determinadas questões, mas também tem de saber responder a questões determinantes do ponto de vista do património”, acrescentou.

O coordenador científico do Fórum ‘Pensar Faro’, Jorge Carrega • Foto © Samuel Mendonça/Folha do Domingo

O Fórum ‘Pensar Faro’ contou ao longo dos dois dias com 16 oradores, entre professores, investigadores, historiadores, gestores culturais e empresários, abordaram diversas questões relacionadas não apenas com a história de Faro, mas também com a valorização e salvaguarda do seu património cultural.