"A empresa já comunicou que será inevitável avançar para um despedimento coletivo, face à redução em cerca de 50% dos serviços urbanos contratados pela autarquia, a partir do dia 16 de março", indicou ontem à Lusa Elvino Valente, coordenador distrital de Faro do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP).
O sindicalista adiantou que "em risco de despedimento coletivo estão cerca de 30" trabalhadores dos mais de 90 afetos aos serviços urbanos de Portimão.
A Lusa tentou obter um comentário da empresa, mas tal não foi possível até ao momento.
Elvino Valente indicou que "a empresa Frota Azul propôs-se minimizar os despedimentos, ao convidar os trabalhadores a integrarem a nova empresa que prestará serviço em Faro".
"Alguns aceitaram, mas outros rejeitaram a proposta, devido à distância que tinham que percorrer diariamente entre Portimão e Faro", destacou o coordenador do STRUP.
"São esses trabalhadores que têm o posto de trabalho em risco", concluiu.
De acordo com a Câmara de Portimão, a reformulação dos transportes urbanos "é uma das medidas para diminuir a despesa, proposta no Programa de Apoio à Economia Local", a que recorreu para pagamento da dívida a fornecedores, que ascende a 170 milhões de euros.
A reformulação dos transportes urbanos de Portimão a partir do dia 16 de março foi decidida pela autarquia para reduzir a despesa, alegando que desde 2009 o "défice anual suportado ascende" a quatro milhões de euros.
"As receitas geradas ficaram aquém das previstas, apesar das constantes reformulações, o que impediu o sucesso da estratégia inicialmente delineada para a progressiva sustentabilidade do sistema", disse à Lusa fonte do gabinete de apoio à presidência da Câmara de Portimão.
"Esta reformulação visa otimizar os serviços urbanos, suprimindo linhas escassamente utilizadas, e racionalizar os custos para o erário público", destacou, sublinhando que "as atuais restrições impostas às câmaras torna inviável continuar a suportar este tipo de investimentos".
Lusa