A música da Europa Central e do Norte e uma homenagem ao compositor francês François Couperin são os atrativos do 4.º Festival Internacional de Música Barroca de Faro (FIBMF), que arranca na sexta-feira, na catedral da cidade.
O festival, que se prolonga até 02 de junho, vai levar à capital algarvia “alguns dos melhores músicos da Alemanha, Hungria, Suíça, Noruega, Islândia, Japão e Portugal” e conta também com a participação do grupo de flautas do Conservatório Regional de Faro, disse à agência Lusa a diretora artística, Filipa Oliveira.
O concerto de abertura vai realizar-se às 19:00 de sexta-feira na Sé de Faro e será “dedicado à música religiosa de François Couperin”, no ano em que se assinala o 350.º aniversário do seu nascimento, efeméride que também estará em destaque nesta edição, destacou a diretora do FIBMF.
“[O festival] vai ter quatro concertos, três por grupos profissionais e um pelos alunos que pertencem ao grupo de flautas do Conservatório Regional do Algarve, que é um dos grupos de flautas mais antigos do país, vai comemorar 30 anos, todos os anos faz um concerto de aniversário e este ano o concerto dos 30 anos está inserido no festival”, adiantou Filipa Oliveira.
A diretora do festival precisou que a primeira atuação vai pôr em cena a soprano Junko Takayama, a meio-soprano Cristina Rosário e o organista João Janeiro, que também terá a seu cargo a direção das duas solistas, num programa “com obras muito conhecidas” de François Couperin, compositor francês que nasceu em 1668, em Paris, e morreu em 1733, também na capital francesa.
A 19 de maio, prosseguiu a diretora, realiza-se o concerto do 30.º aniversário do grupo de flautas do Conservatório do Algarve, com peças do “reportório renascentista”, a partir das 18:00, na igreja matriz de Estoi.
Filipa Oliveira destacou também a participação do agrupamento Harmonie Universelle, que vai tocar a Arte da Fuga, do compositor alemão Johann Sebastian Bach, num concerto marcado para 26 de maio, na igreja do Carmo, em Faro, “muito aguardado e que será com certeza memorável”, segundo a diretora do festival.
Filipa Oliveira explicou que o festival “é um herdeiro direto do ciclo de música barroca criado pelo professor Francisco Rosado”, seu antecessor como professora do Conservatório do Algarve, e visa manter esse trabalho de divulgação e pedagogia desde 2016.
A diretora do festival reconheceu que é “um desafio” promover este tipo de música que tem “pouca visibilidade nos meios de comunicação”, apesar de ser um estilo musical que “as pessoas gostam de ouvir” e pelo qual se “sentem de alguma forma atraídas”.
A “relação com as emoções e os seus contrastes” atraem as pessoas para a música antiga e o festival procura manter o trabalho de divulgação, as parcerias e as relações institucionais que tem vindo a estabelecer desde o começo.
A Câmara de Faro, a Diocese do Algarve e o Museu Regional de Faro são os principais apoiantes deste festival, que a diretora artística pretende, no futuro, expandir ao Barlavento algarvio e a outras cidades do país, como Beja ou Évora, através do envolvimento da Região de Turismo do Algarve e de outros parceiros que possam ajudar nessa missão.
