Uma empresa portuguesa vai investir 60 milhões de euros na recuperação de um projeto imobiliário que estava parado, perto da praia dos Pescadores, em Armação de Pêra, disse o promotor.

O diretor da empresa que vai realizar o investimento “residencial”, José Botelho, disse à Lusa que o projeto surge de outro que previa a construção de apartamentos de tipologias T1, T2 e T3, que começou a ser feito em 2011, mas, “por vicissitudes da crise e da presença da ‘troika’ em Portugal, acabou por não avançar”, quando já se tinha iniciado o processo de vendas.

“Já tinham 62 ou 63 contratos-promessa de compra e venda assinados e com sinais recebidos”, referiu o responsável da Vanguard Properties, frisando que, já com o novo promotor, “as pessoas que tinham investido dinheiro na subscrição de contratos-promessa de compra e venda em planta foram ressarcidas”.

Em março, o novo promotor finalizou a aquisição do projeto que estava parado, e que já estava licenciado até 2020, e iniciou a sua reformulação para elevar a tipologia dos apartamentos de luxo, criar mais serviços para os residentes e “reduzir a densidade”, passando dos 296 apartamentos inicialmente previstos para 256, explicou o empresário.

“Como o projeto inicial era de 2008 ou 2009, já não estava adaptado à atual condição do mercado e entregámos o novo projeto ao arquiteto Miguel Saraiva para criar um empreendimento com uma gama em termos de qualidade bastante superior, porque achámos que, dada a localização, seria melhor reduzir densidade, com um projeto mais leve, adaptado à zona”, justificou.

Questionado sobre a nova calendarização do projeto, que nasce numa zona privilegiada do concelho de Silves, a poucos metros da praia dos Pescadores, em Armação de Pêra, José Botelho respondeu que tem previsto iniciar as obras no próximo mês de setembro e que o prazo de execução é de 24 meses.

“Estamos a ultimar a versão final do projeto, o nosso objetivo é no mês de julho iniciarmos a comercialização em planta, através de reservas. Dentro de dias estarão os tapumes feitos e estará completa a nova imagem e esperamos intervir numa edificação que já existe ainda em julho, para começar a construção a partir de setembro, outubro”, precisou.

Está também previsto que a empresa faça “reabilitação paisagística dos terrenos envolventes”, acrescentou, considerando que o projeto dá “uma das últimas oportunidades para alguém ter uma casa ou um apartamento perto da praia” no Algarve, “onde há maioritariamente empreendimentos turísticos ou hotéis”.